Existem, actualmente, sete espécies de tartarugas marinhas nos “nossos” oceanos. Infelizmente, essas sete espécies estão, ainda que em diferentes graus, ameaçadas de extinção. E por isso se torna tão vital e tão feliz uma das mais bonitas tradições de verão do Zoomarine: devolver ao habitat natural as tartarugas marinhas que terminaram o seu processo de reabilitação no nosso Porto d’Abrigo.
A Oculus e a Océane são duas tartarugas-comuns que chegaram ao centro de reabilitação do Zoomarine há mais de um ano. Na altura, pesavam, respectivamente, 4,2 e 1,3 quilograma. Agora, regressam ao selvagem muito mais fortes, bem mais saudáveis e… consideravelmente mais pesadas (cada uma com cerca de 10 quilograma extra). É certo que com as suas saídas, o Porto d’Abrigo fica mais vazio – mas os nossos corações ficam ainda mais preenchidos.
Outra tradição feliz é a sempre entusiasta disponibilidade da Marinha Portuguesa para cooperar nestas ações de Conservação da Natureza que o Zoomarine promove. Assim sendo, e uma vez mais, será uma embarcação militar que levará os dois répteis (e uma parte da equipa de reabilitadores) a 12 milhas náuticas a sul de Portimão, de modo a que a devolução tenha lugar bem longe da costa e das eventuais redes que tantas destas tartarugas matam nos mares e oceanos do planeta.
A bordo da lancha de fiscalização rápida da Marinha estarão, igualmente, as conceituadas escritoras Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães (autoras das colecções Uma Aventura e Viagens no Tempo). Serão as mãos destas criativas autoras as últimas a tocar, para sempre, as escamas da Oculus e da Océane.
E também será das mãos destas duas autoras que, se calhar, um dia, verterá para as páginas de uma obra literária mais uma grande aventura que passe pela nobre, honrosa e feliz determinação em ajudar a salvar da extinção espécies tão carismáticas, antigas e fascinantes como as Caretta caretta.