Na passada sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu a “declaração de estado de emergência climática” a todos os líderes mundiais até que se atinja a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono. Na sequência deste pedido, a ZERO recomenda, em comunicado, que o Governo em Portugal declare o mesmo estado.
A propósito desta recomendação, a associação ambiental recorda que a Assembleia da República aprovou no ano passado por unanimidade uma recomendação ao Governo para declarar o estado de “emergência climática”, esperando “que esta intenção venha agora a concretizar-se”.
A ZERO reconhece o “esforço do Governo” relativamente a um “conjunto de políticas tendentes à neutralidade climática por agora prevista para 2050”, mas considera que “a par de uma Lei do Clima cuja discussão se deverá iniciar nas próximas semanas na Assembleia da República”, a declaração do “estado de “emergência climática pelo Governo”, deve fazer “lembrar que, apesar da grande crise atual de saúde pública”, a “maior ameaça deste século com custos dramáticos para todos os portugueses e para toda a humanidade e o planeta”, em particular para as “próximas gerações”, são as “alterações climáticas”, lê-se no comunicado.
A ZERO felicitou o anúncio feito pelo primeiro-ministro, António Costa, no “aumento em 20 milhões de euros do apoio a países em desenvolvimento ao longo da próxima década” que se traduz em “dois milhões euros por ano”, mas, ainda assim, considera “insuficiente face ao desejável e comparável com outros países desenvolvidos”.
Estados Unidos da América (EUA) receberam o fóssil colossal de cinco anos
No mesmo comunicado, a ZERO revela que os membros da Rede Internacional do Clima (Climate Action Networ) escolheu os Estados Unidos da América (EUA) como o vencedor geral do “Fóssil Colossal de Cinco Anos” para marcar o 5.º aniversário do Acordo de Paris. Segundo a ZERo, os EUA também ganharam um segundo prémio fóssil por “Não Fornecer Financiamento e Apoio”. A Austrália ganhou um prémio fóssil por ”Não Honrar o Compromisso de 1,5 °C”, e o Brasil ganhou dois prémios fósseis por “Não Proteger as Pessoas dos Impactos Climáticos” e “Não Ouvir as Pessoas e Reduzirem a Ação Cívica”.
Os prémios “Fósseis do Dia” foram apresentados pela primeira vez nas negociações sobre o clima em 1999, em Bona e são atribuídos diariamente durante e no final de cada Conferência anual das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas aos países considerados como tendo contribuído mais para bloquear o avanço das negociações.