A associação ambientalista Zero vai realizar ações, à mesma hora, em várias cidades que têm projetos para travar o aquecimento global, exemplos a serem repetidos na reciclagem, energia eólica e solar, compostagem de lixo, alimentação e transportes.
“É para alertar para a necessidade de perseguir e cumprir os objetivos do Acordo de Paris” que a Zero vai, na sexta-feira, pelas 9 horas, assinalar vários projetos que representam boas práticas através de cartazes com a mensagem “Acordo de Paris Aqui!”.
Os ambientalistas da Associação Sistema Terrestre Sustentável – Zero vão estar em Faro a chamar a atenção para soluções corretas na reciclagem, Sines (energia eólica), Costa da Caparica (compostagem de resíduos) e Almada e Pragal (interface transportes públicos).
Lisboa vai ter locais assinalados pelas boas práticas nas áreas da alimentação vegetariana, recuperação de edifícios, ciclovia e veículos elétricos. Entroncamento será exemplo no transporte ferroviário de mercadorias, Coimbra na floresta, Porto nos transportes coletivos e Caniçal, na Madeira, com a energia solar.
Estes projetos estão relacionados com uma mobilidade mais sustentável, maior eficiência energética e energias renováveis, mudanças na alimentação e preservação da floresta.
O Acordo de Paris, que reúne mais de 190 países na luta contra as alterações climáticas, entra em vigor esta sexta-feira, depois de cumprir a exigência da ratificação de, pelo menos, 55 países com 55% das emissões de gases com efeito de estufa, o que foi conseguido a 4 de outubro, com a aprovação da União Europeia (UE), além dos dois maiores emissores – a China (com 20% do total) e os EUA (com 18%).
A iniciativa da Zero vai apontar projetos que Portugal deve replicar em grande escala, nas próximas décadas, para conseguir atingir os objetivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa responsáveis pelas alterações climáticas.
Portugal, de acordo com o Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030, pretende alcançar uma redução global de emissões de 30% a 40% em 2030, quando comparadas com 2005 e, em 2014, estava apenas a 3% do objetivo mínimo para 2030 (sem considerar as alterações de uso do solo e incluindo o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), que abarca as grandes industrias e a aviação, e os restantes setores não abrangidos).
“Olhando para o objetivo para 2020, referente ao não CELE, Portugal tem de limitar o aumento das emissões a 1%, o que está plenamente garantido pois temos vindo sistematicamente a reduzir as nossas emissões”, explica a Zero à Lusa.
Quanto a 2030, o valor atualmente apontado para Portugal e ainda em discussão à escala europeia é reduzir as emissões em 17%, quando comparado com 2005 e a associação liderada por Francisco Ferreira considera que “as metas para 2030 podem e têm de ser mais exigentes”.