A Associação Sistema Terrestre Sustentável (Zero) e a EPAL assinaram, recentemente, um protocolo de parceria com o objetivo de promover o consumo de água da torneira. Lê-se no site da ZERO que o abastecimento de água público em Portugal assistiu nas últimas décadas a um “desenvolvimento extraordinário, em especial no que respeita aos níveis de qualidade da água que é fornecida na torneira dos consumidores, sendo mesmo considerado um exemplo máximo de qualidade no sector a nível mundial”.
De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), a percentagem de água segura em Portugal Continental é de 98,72%, informação relativa aos dados de qualidade da água para o ano 2017, sendo que, em 1993 apenas 50% da água que chegava à torneira dos portugueses podia ser considerada segura. Em Lisboa, a água segura atinge os 99,6%.
No entanto, apesar do valor de excelência e de uma realidade muito positiva para a sociedade portuguesa, quer em termos ambientais e de saúde pública, quer mesmo economicamente, a ZERO considera que “ainda se verifica muitos mitos relativos à qualidade da água da torneira e que uma parte da população ainda consome água engarrafada de forma regular e nos seus hábitos quotidianos”. Também algumas entidades ainda continuam a “promover o consumo de água engarrafada em todos os eventos que organizam, contribuindo desta forma para que os mitos associados à qualidade da água da torneira continuem a subsistir”.
Considerando os elevados níveis de qualidade da água da torneira e o impacto ambiental negativo que representa o consumo de água engarrafada, nomeadamente no que se refere aos resíduos produzidos, à produção de CO2 e ao consumo de energia, sendo simultaneamente menos vantajosa para o consumidor do ponto de vista económico, “é do interesse de todos que se promova o consumo de água da torneira”, sublinha a Associação.
Estima-se que o consumo de água da torneira, para além de ser a opção mais barata – um litro de água da torneira custa 280 vezes menos do que um litro de água engarrafada – é também a melhor opção do ponto de vista da sustentabilidade. Por exemplo, se cada cidadão passar a consumir água da torneira em vez de adquirir uma garrafa de água de 500 ml/dia, pode, anualmente, evitar a produção de 5 kg de resíduos e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 25 vezes.
É com este objetivo que a ZERO e a EPAL irão desenvolver uma campanha de promoção do consumo da água da torneira, procurando sensibilizar entidades públicas e privadas, nomeadamente empresas ligadas aos setores da restauraçãoe alojamento, para que proporcionem aos seus clientes a opção de consumirem água da torneira, ações estas que se podem traduzir em ganhos de sustentabilidade e de responsabilidade ambiental para estas entidades.