A ZERO, em parceria com outras ONG europeias pertencentes à Rede Europeia de Ação Climática (CAN Europe) – Our Fish, AirClim, Ecologistas en Acción, Eco-Union e Swedish Society for Nature Conservation – e com a Scieana, organiza esta quinta-feira, dia 30 de junho, entre as 8:30 e as 9:30, um evento associado da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas no espaço colaborativo Ocean Base Camp, junto à Marina do Parque das Nações.
O evento, com o título “The indivisible link: European NGOs priority areas for action on oceans and climate”, pretende dar a conhecer a diversidade do trabalho que diversas ONG europeias desenvolvem para alcançar um objetivo comum: restauração e gestão sustentável dos oceanos e das atividades a eles relacionadas, protegendo simultaneamente os ecossistemas marinhos vitais que fornecem inúmeros serviços para as pessoas e o clima.
Através de apresentações curtas e dinâmicas seguidas de um momento de partilha e discussão, o evento está orientado para destacar as possibilidades e soluções para o desenvolvimento sustentável das atividades relacionadas com o oceano, desde as pescas, ao transporte marítimo, ao turismo sustentável e às práticas de conservação, lê-se numa nota de agenda, divulgada pela associação.
A ZERO focará no tema do combate à poluição atmosférica oriunda dos navios como um passo vital na proteção da saúde humanas e dos ecossistemas, advogando a criação de uma Área de Emissões Controladas (ECA, na sigla inglesa) no Atlântico Nordeste.
Portugal como impulsionador de uma ECA no Atlântico Nordeste
Com a criação da SECA no Mediterrâneo, as prospetivas para torná-lo também numa Área de Emissões Controladas de óxido de azoto (NECA, na sigla inglesa) estão no horizonte, a criação de uma ECA no Atlântico Nordeste ao longo da costa portuguesa apresenta-se como o próximo passo mais lógico. Criar uma zona integrada de emissões controladas, conectando as existentes ECA do Mar Báltico, Mar do Norte e Canal da Mancha e a SECA do Mediterrâneo através do Atlântico Nordeste, é um passo fundamental para o combate à poluição do ar resultante do transporte marítimo e consequente proteção do ambiente e vidas humanas em todo o continente europeu.
Considerando os comprovados impactos significativos das emissões dos navios tanto para o ambiente, como para a saúde humana, em particular das comunidades costeiras, a ZERO defende a necessidade de Portugal agir no sentido de “minimizar, tanto quanto possível, os efeitos da poluição atmosférica associada aos navios ao longo da sua costa”.
Por tudo isto, a ZERO acolhe positivamente o compromisso anunciado por António Costa no primeiro dia da Conferência dos Oceanos, de criar uma Área de Emissões Controladas no mar português: “É agora crucial aproveitar este ímpeto e desenvolver uma política de coordenação com outros países do Atlântico Nordeste para que se possa efetivar uma Área de Emissões Controladas integrada do Mar Báltico ao Mar Mediterrâneo”, defende.