ZERO critica Governo sobre alívio de restrições ao consumo de água no Algarve
Depois do Governo português, na figura do Primeiro-Ministro Luís Montenegro, ter decidido aliviar as restrições ao consumo de água no Algarve, impostas pelo anterior Executivo, a associação ZERO manifestou-se contra esta decisão, vendo a mesma como “um sinal de irresponsabilidade”.
A organização ambiental considera que, com a chegada do verão, a situação de seca na região algarvia poderá agravar-se e colocar em causa a garantia do abastecimento público de água durante o próximo ano.
Apesar da evolução positiva da situação hidrológica da região do Algarve ao longo dos primeiros meses de 2024, que permitiu reforçar as reservas hídricas da região, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) veio, há cerca de um mês, anunciar que as reservas hídricas do Algarve apenas dispunham do volume necessário para garantir um ano de abastecimento público.
Além de um reforço da água disponível para a agricultura em 13,14 hm3, o Primeiro-Ministro anunciou ainda a possibilidade de o Governo avançar com a realização de estudos destinados a avaliar o potencial hídrico de bacias hidrográficas do Algarve, nomeadamente a de Alportel, e para avaliar as disponibilidades hídricas subterrâneas.
“No entender da ZERO, isso representa uma clara cedência às pressões que têm vindo a ser exercidas para a implementação de medidas que garantam maior oferta de água para a agricultura, nomeadamente através da construção de novas infraestruturas de armazenamento de água, como é o caso da barragem da Foupana”,
“A ZERO lamenta que este governo prossiga numa lógica de atuação sobre o aumento da oferta de água, quando todos os cenários futuros apontam para uma continua redução dos valores anuais de precipitação, sem que se considere um verdadeiro reforço dos investimentos destinados a reforçar a eficiência hídrica”.