O anúncio hoje efetuado pela GALP de não prosseguir com a pesquisa e eventual prospeção de petróleo ao largo de Aljezur “constitui uma das mais importantes vitórias do movimento ambientalista local, regional e nacional” que motivou um enorme consenso de dezenas de milhares de pessoas, de autarcas, de empresários, afirma a associação ZERO.
Quer através do processo judicial colocado pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), quer pelas inúmeras ações e manifestações públicas em que também a ZERO participou, fica evidente que os alertas para a ameaça à preservação dos valores naturais, sociais e económicos do Sudoeste Alentejano surtiram efeito, evitando-se assim riscos e impactes que no futuro poderiam ser muito graves pelo risco da exploração de petróleo. A ZERO aproveita para congratular a GALP por uma decisão crucial por um futuro mais sustentável.
O projeto, que envergonhava Portugal à escala internacional e manchava a sua política de ambição climática ao querer apostar em completo contra ciclo na exploração de combustíveis fósseis, mereceu mesmo em abril deste ano a atribuição Medalha de Ouro de um prémio europeu para os piores subsídios aos combustíveis fósseis em 2018, a segunda edição de um concurso organizado pela Rede Europeia para a Ação Climática.Esta distinção demonstrava que o Governo ignorava a opinião pública que se tinha vindo a manifestar contra a prospeção e exploração de petróleo e gás em Portugal.
O país está agora mais resiliente e seguro do ponto de vista ambiental deve de forma mais legítima assumir internacionalmente um papel de liderança no combate às alterações climáticas e atingir a neutralidade carbónica em 2050.
A ZERO aproveita para lembrar que há porém ainda concessões em vigor e expetativas em curso, nomeadamente no caso da exploração de gás natural por fracking em Aljubarrota que devem ser terminadas definitivamente.