ZERO calculou o benefício ambiental se todas as faturas fossem eletrónicas
Na sequência do anúncio feito pelo ministério das Finanças, no âmbito do SIMPLEX+2018, de que estaria a regulamentar a possibilidade das faturas em papel poderem deixar de existir a partir de janeiro de 2019 se não forem expressamente pedidas, podendo ser enviadas por correio eletrónico, a ZERO resolveu estimar as poupanças ambientais associadas — árvores poupadas, redução do consumo de água e de emissões de CO2 — se todas as faturas fossem eletrónicas.
São cálculos aproximados cujas fontes de informação foram o website do e-fatura, relatórios de sustentabilidade de empresas de pasta e papel, estatísticas PORDATA e ainda referências na internet consideradas credíveis.
Assim, se considerarmos que entre janeiro e agosto de 2018 foram emitidas e comunicadas 3,7 mil milhões de faturas, e extrapolando para o ano o total de 5,6 mil milhões, admitindo que o tamanho médio de uma fatura é A5 e que o papel tem 75 g/m2, os números finais obtidos são os seguintes:
– 3 mil toneladas de dióxido de carbono poupadas por ano no fabrico de papel, o que equivale aproximadamente ao mesmo que as emissões de gases de efeito de estufa de 429 portugueses;
– 281 milhões de litros de água poupada por ano no fabrico de papel, o que equivale ao consumo equivalente de cerca de 4100 habitantes em Portugal;
– 43 GWh ou 155 mil GJ de energia poupada por ano no fabrico de papel, o que equivale ao consumo de aproximadamente 0,1 % do consumo de eletricidade de Portugal;
– 281 mil árvores poupadas por ano, o que, considerando uma ocupação de 1000 árvores por hectare, se pode estimar no evitar de um corte de floresta de 281 hectares/ano (cerca de 281 campos de futebol).
Considerou-se não haver acréscimo de consumo de energia elétrica pela transmissão da informação por via eletrónica, não se considerou a capacidade de sumidouro associada ao uso de árvores na produção de papel e ainda que todo o papel atualmente utilizado não é papel reciclado.
A Zero considera então que, apesar das poupanças não serem extremamente significativas, são consideráveis do ponto de vista ambiental no que respeita à redução de emissões e consumos.