ZERO aponta dedo aos comerciantes na fraca recolha de frigoríficos

Comemora-se esta segunda-feira o Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, numa altura em que, segundo os últimos dados disponíveis (2022), Portugal apenas recolheu 20,5% dos equipamentos de regulação de temperatura (frigoríficos e ares condicionados) colocados no mercado nesse ano.

A fraca recolha deste tipo de resíduos tem graves implicações ambientais, uma vez que os fluidos refrigerantes utilizados nestes equipamentos quando libertados para a atmosfera são muito prejudiciais para o clima, visto que têm um potencial de aumento global da temperatura muito superior ao do dióxido de carbono.

É, por isso, fundamental que se criem condições para que a recolha destes resíduos funcione de forma correta, evitando-se o seu envio para empresas ilegais que não fazem a separação e armazenamento dos fluidos refrigerantes que compõem estes equipamentos.

No caso dos frigoríficos, a fraca recolha decorre essencialmente do facto de os comerciantes não estarem a cumprir a legislação que obriga à recolha do frigorífico velho, quando entregam um novo, e ao seu encaminhamento para operadores licenciados para o tratamento destes resíduos.Com efeito, na maioria dos casos, a empresa transportadora contratada pelos comerciantes para fazer a entrega dos frigoríficos novos faz a recolha dos velhos, mas não os encaminha para o destino legal, acabando por os vender a sucateiros ilegais, principalmente pelo valor económico do cobre contido nos motores.

Assim, de forma a ser resolvido este problema ambiental, a ZERO apresentou uma proposta de atuação aos Secretários de Estado do Ambiente da Economia, a qual se baseia essencialmente no lançamento de um sistema de controle da recolha de frigoríficos velhos através de GPS e na criação de incentivo económico aos consumidores para a entrega dos frigoríficos usados.

Rui Berkemeier, membro do Conselho Geral da ZERO, considera que “se estas propostas forem aceites pelos
Ministérios do Ambiente e da Economia, Portugal dará um passo muito grande no sentido de melhorar a gestão dos REEE e reduzir a emissão de gases de efeito de estufa que tanto têm prejudicado o clima”.