Will: O estúdio criativo que recicla as montras das grandes marcas

A criatividade e a sustentabilidade têm andado de mãos dados nos 10 anos de existência do estúdio Will, que tem trabalhado com grandes marcas em “soluções personalizadas, duradouras, sempre que possível com base em 3 R’s: Reciclar, Recuperar e Reutilizar materiais”, começa por dizer Marta Pires, co-fundadora e managing partner. “O conceito de Sustentabilidade passa na Will por esta ideia de deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos, nas diversas interações do estúdio, com a comunidade, fornecedores, clientes, pessoal e parceiros”, acrescenta.

Marta Pires, co-fundadora e managing partner da Will

A Sogrape, a Symington, a Super Bock, o Grupo Valor do Tempo, a Sogevinus e a Cerealis são algumas das marcas que têm embarcado nesta eco-aventura. Por exemplo, a Super Bock, no evento Serralves em Festa, no Porto, construiu, com a Will, um espaço feito através de materiais existentes da marca, como barris, grades, bancos e mesas: “este é o caminho, repensarmos juntamente com as marcas os espaços, os materiais e o valor do desperdício”, explicou a responsável.

E isto tem sido aplicado a praticamente todo o trabalho deste estúdio, como evidencia Paulo Gouveia, co-fundador e diretor criativo: “as montras, por exemplo, são construídas com muito material de outras montras que saíram de cena e foram armazenadas por nós. Preferimos materiais que sejam possíveis de reutilização como madeira e mental”.

Ser “o ecoponto criativo das marcas”

E ao assinalar o seu 10.º aniversário, o estúdio lança a Will B, um género de “ecoponto criativo das marcas”, que servirá para desenvolver projetos para os clientes em várias vertentes, desde projetos internos, a sensibilizações e a comunicação e equipamentos diferenciadores: “não há um planeta B, mas temos um plano B para as marcas se posicionarem e abraçarem verdadeiramente a mudança”, afirma o diretor criativo, “a Will B é um parceiro para os departamentos de marketing e de sustentabilidade”.

“Temos reparado, com satisfação, que ideias são bem recebidas quando a sustentabilidade está presente”

Paulo Gouveia, co-fundador e diretor criativo da Will

Esta nova versão do estúdio pretende resgatar objetos que aparentemente já não têm utilidade e que são dados como lixo, e atribuir-lhes uma nova função – mais artística, bonita e, sobretudo, usável.

E parece que o feedback por parte das empresas está a ser positivo: “ainda existe algum caminho a percorrer nomeadamente no custo vs duração das campanhas, que por vezes inviabiliza algumas ideias, mas estamos convencidos que é um caminho vencedor e necessário para todos, em que cada um tem de assumir a sua parte, e as empresas cada vez mais estão a perceber isso”, revela Paulo Gouveia.

Mais um exemplo é a Super Bock que, com a Will, está a decorar as suas próprias instalações para sensibilizar os colaboradores para a sustentabilidade, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e projetos pioneiros neste sentido.

E como é que o próprio estúdio tem trabalho para ajudar neste exemplo sustentável? “Primeiro pela aquisição de mais conhecimento. Ao longo do ano fomos tendo algumas ações de formação internas sobre o tema da sustentabilidade, sobretudo na abordagem ao design mais circular, sendo que a equipa é constituída maioritariamente por designers gráficos e de equipamentos, estes que são responsáveis pela ideia e conceção dos projetos, que na sua origem tem um potencial enorme de serem já pensados à luz da economia circular”, explica o responsável criativo.

Assim, a Will B quer ser “parte da solução”, afirma Marta Pires, que garante, por fim, que o estúdio é “uma marca dedicada, bem informada, com experiência de muitos anos” e pronta a “dar resposta aos novos desafios”.