O vulcão Mayon, nas Filipinas, expulsou hoje lava e cinzas em duas novas erupções, e o número de deslocados já superou as 60 mil pessoas, face à ameaça de uma explosão mais potente, afirma a Lusa.
O Mayon, situado na província de Albay, cerca de 350 quilómetros a sudeste da capital das Filipinas, Manila, amanheceu hoje com uma primeira erupção às 6:02 locais (22:02 em Lisboa), que provocou abundantes rios de lava e uma coluna de gases e cinzas de três quilómetros de altura. A esta erupção seguiu-se, quatro horas depois, uma segunda de magnitude semelhante, acompanhada de fortes estrondos, disse à agência espanhola Efe Winchelle Sevilla, da agência vulcanológica das Filipinas, que advertiu para o risco de erupções mais potentes nos próximos dias.
O Mayon está em atividade há dez dias, mas as explosões têm sido mais frequentes desde segunda-feira, o que levou as autoridades a elevarem o nível de alerta de três para quatro, que considera possível uma erupção perigosa nas próximas horas ou dias, e a ampliarem a zona de exclusão a um raio de oito quilómetros à volta da cratera. No total, 60.821 pessoas de 16.326 famílias que residiam na zona de perigo foram retiradas e a maioria encontra-se em cerca de 30 abrigos da região, segundo dados do gabinete de proteção civil da província de Albay. “Temos pedido às pessoas que não regressem à zona de perigo sob nenhum pretexto”, disse um responsável.
Segundo a agência vulcanológica, os rios de lava emanados desde a cratera superam três quilómetros de longitude e o fluxo piroclástico, fragmentos de materiais heterogéneos arrastados, alcança cinco quilómetros de distância. O despertar do Mayon, que entrou em erupção outras cinco vezes nos últimos 30 anos, causou medo que se repita a trágica explosão do vulcão Pinatubo, a noroeste de Manila, em 1991, a segunda maior do século passado e que causou perto de 850 mortos e mais de 1,3 milhões de deslocados.
Especialistas da agência filipina afastaram a possibilidade de o Mayon ter uma erupção tão potente como a do Pinatubo. Com 23 vulcões ativos, o arquipélago filipino assenta sobre uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica conhecida como o chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, que se estende a costa oeste do continente americano até à Nova Zelândia, passando pelo Japão e Indonésia, entre outros países.
*Foto de Reuters