Desde sempre que a “sustentabilidade” faz parte do ADN da Volvo Cars. Enquanto fabricante de automóveis, o objetivo é claro: oferecer uma liberdade de mobilidade pessoal, sustentável e segura.
À Ambiente Magazine, Stuart Templar, diretor para a área de “Sustainability” da Volvo Cars, diz que a empresa está consciente da sua responsabilidade no que concerne ao ambiente, assegurando a “minimização do impacto ambiental”. Para tal, as medidas para combater as alterações climáticas são uma prioridade. “Estamos comprometidos em tomar medidas climáticas decisivas”, diz, sublinhando que “ser uma empresa neutra em emissões em toda a cadeia de valor até 2040” é uma meta que já está definida.
Dentro da estratégia ambiental da Volvo Cars, está a reciclagem: “Maximizar a vida útil de materiais e recursos é uma parte essencial para uma economia circular”, considera o responsável, avançando que a marca já tem várias iniciativas em andamento, garantindo que o “máximo de material e componentes” seja reciclado e “reintroduzido no processo de produção” da empresa. O objetivo é que toda a operação seja “alimentada a 100% de energia renovável”, ao mesmo tempo que a marca pretende prolongar a vida dos seus produtos, mantendo-os em “uso” o máximo tempo possível. Além disso, a marca assinou, recentemente, um “novo contrato com um dos fornecedores de alumínio”, no qual resultou na “reciclagem de 7 mil toneladas da sucata de alumínio”. Stuart Templar acrescenta ainda que “95% dos materiais” dos carros podem ser “recuperados, reutilizados ou reciclados”.
“O objetivo é que 25% do material dos nossos carros seja fabricado com material reciclados até 2025”
Os 5% do materiais que a Volvo Cars recicla atualmente são motivo de insatisfação para Sandra Tostar, técnica especialista em aplicações de materiais polímero da empresa. “Não é alto o suficiente”, diz a especialista, anunciando que o objetivo é que, em 2025, “25% dos plásticos em cada novo modelo da Volvo sejam de conteúdo reciclado”. Embora seja um desafio ambicioso, a equipa acredita que a “participação em vários projetos de pesquisa e a colaboração de toda a cadeira” são motivos de confiança.
Stuart Templar também não tem dúvidas quanto à meta ambiciosa com que a marca está comprometida e que exige “transformação” em todas as operações: “ É essencial para que alcancemos a minimização do impacto ambiente e aumentemos a lucratividade”.
“Os plásticos contaminados devem ser eliminados do sistema”
Quando questionada sobre os possíveis entraves na indústria automóvel relativamente à reciclagem, Sandra Tostar explica que a “mistura de diferentes materiais plásticos nos mesmos componentes” e a “complexidade” dos mesmos dificulta o processo, daí que a Volvo Cars recorra, cada vez mais, aos materiais “mono”, esforçando-se também na “construção de peças de forma a que seja possível desmontá-las”. Assim, evitar substâncias perigosas nos veículos é um critério para a marca, que “procura sempre saber a origem dos plásticos reciclados”, respeitando os requisitos legais para esse efeito: “Os plásticos contaminados devem ser gradualmente eliminados do sistema”, reitera a responsável.
A Volvo Cars tem um conjunto de metas estabelecidas em matérias climáticas e de economia circular até 2025, tendo como princípio a “redução em 40% das emissões de carbono” por veículo. No que se refere à eletrificação da frota, Stuart Templar diz que o objetivo é que, naquele ano, “50% das vendas sejam de veículos totalmente elétricos”. O responsável acrescenta ainda que a empresa espera “uma redução de 50% das emissões de escape” graças à “eletrificação da nossa frota”. Outra meta prende-se com as “operações de produção totalmente neutras”, através da “redução de 25% em emissões operacionais”, refere o responsável, acrescentando que “80% das nossas fábricas são alimentadas com eletricidade neutra” e “50% do seu aquecimento é proveniente de fontes renováveis”. No trabalho direto com fornecedores, a Volvo Cars definiu uma “redução de 25% nas emissões de cadeia de abastecimento”, garantindo que uma parte recorre à “energia renovável”, acrescenta. Do ponto de vista da economia circular, além das metas da reciclagem e do uso de material reciclado, o responsável refere que o “desenvolvimento de modelos de negócios circulares” vai permitir “otimizar o uso dos nossos produtos”, como o “serviço de partilha de carro M”, resultando na “redução da pegada de carbono” e na “criação de “poupanças financeiras substanciais para a empresa”.
Covid-19: O atual momento apela à “concentração” na ação climática
A segurança pessoal já é há muito uma prioridade para a Volvo Cars, à qual se junta agora outra meta: “Pretendemos ser líderes também na segurança planetária”, diz Stuart Templar. Para o responsável, o foco na “redução do impacto ambiental não é apenas bom para o planeta, mas também para o sucesso futuro da empresa”, atraindo “clientes, funcionários, investidores” ao mesmo tempo que contribui para e “aumentar a rentabilidade” gerando mais economia. No que diz respeito aos desafios das alterações climáticas, Stuart Templar não tem dúvidas de que “podemos transformar negócios e operações muito mais rápido” que outros negócios.
Apesar da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o responsável frisa que a empresa “continua empenhada nas ambições em matéria de clima”. Stuart Templar vai mais longe e, em termos ambientais, o desafio maior, no contexto de pandemia da Covid-19, é de que sejam garantidos e intensificados os “esforços globais para combater as alterações climáticas”, apontando que a diminuição das medidas de confinamento não levaram ao “aumento substancial das emissões de carbono”. Assim, o diretor é perentório: “Agora, mais que nunca, precisamos de nos concentrar na ação climática”, possibilitando a “transição para uma economia baixa em carbono”, tornando esta o centro da recuperação económica pós-coronavírus”.