Håkan Samuelsson, chief executive da Volvo Cars, assina esta quarta-feira, 10 de novembro, a Declaração de Glasgow para as Zero Emissões de automóveis e veículos pesados. A assinatura será realizada em conjunto com outros líderes da indústria e com representantes governamentais e decorre no âmbito da Conferência do Clima COP26, segundo um comunicado divulgado pela Volvo.
Como forma de acelerar ainda mais a redução da pegada de carbono de todas as suas operações, a empresa anuncia também um inovador sistema interno de preços de carbono. A Volvo Cars irá cobrar a si mesma mil coroas suecas por cada tonelada de carbono emitida ao longo das suas operações. A empresa pretende atingir um impacto climático neutro em 2040.
A Declaração de Glasgow, apresentada na COP26 como parte integrante do World Transport Day, assinala o compromisso dos líderes mundiais industriais e dos governos para serem capazes de eliminar os veículos alimentados a combustíveis fósseis até 2035 dos principais mercados, e até 2040 de todo o mundo.
A assinatura da declaração marca o contributo da Volvo Cars com vista às Emissões Zero e a esperança de que mais indústrias e governos consigam descontinuar os modelos a combustão tradicional para datas mais alinhadas com as metas da empresa sueca.
Mecanismo inovador de preços internos de carbono
A Volvo Cars vai implementar já hoje um preço interno para o carbono emitido em todas as suas operações globais. De referir que, este preço, será substancialmente mais elevado que aquele recomendado pelas organizações mundiais onde se inclui a International Energy Agency, lê-se no mesmo comunicado.
A empresa pretende, assim, estar propositadamente acima da curva reguladora, defendendo para os anos vindouros, a implementação por parte de mais governos dos preços do carbono.
Através deste esquema, todos os futuros projetos para automóveis serão avaliados pela “variável de sustentabilidade” sendo-lhes imposto um custo por cada tonelada antecipada de emissões de CO2 que estes tenham ao longo do seu ciclo de vida. O objetivo é que “cada automóvel consiga ser rentável, mesmo quando aplicado este esquema de preços de carbono e assim assegurar as melhores decisões na cadeia de fornecedores e na produção”, explica a empresa.
Para Björn Annwall, chief financial officer da Volvo Cars, “é crucial para as ambições climáticas mundiais o estabelecimento de um preço global justo para o CO2. Todos precisamos fazer mais. Acreditamos que as empresas progressivas devem tomar a liderança e estabelecer um preço interno para o carbono. Ao avaliar os automóveis do futuro de acordo com a sua rentabilidade já deduzida pelo preço do CO2, esperamos poder acelerar as medidas que nos ajudem a identificar e a reduzir já hoje as emissões de carbono.”
A empresa também vai implementar uma mudança nos seus relatórios financeiros de forma a tornar ainda mais transparente a informação fornecida sobre o sucesso da sua estratégia de eletrificação e sobre a sua transformação global. Para tal, a Volvo Cars vai começar, já a partir de 2022, a publicar relatórios trimestrais sobre a performance financeira do seu negócio elétrico e não elétrico.