“Viver com a Água” é o tema central do 16.º Congresso da Água
Enquanto media partner do 16.º Congresso da Água, a Ambiente Magazine foi ao encontro de Carlos Coelho, presidente da APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos), que sublinhou a importância de reunir um conjunto de especialistas para falar sobre os desafios que os recursos hídricos enfrentam.
O Congresso da Água é um evento bianual, que se realiza desde 1992 e que pretende “representar um contributo para a gestão da água em Portugal, quer através da recolha e partilha de informação, quer por mobilizar o encontro dos agentes de decisão, políticos, técnicos e de todos os profissionais ligados aos recursos hídricos”, começa por explicar Carlos Coelho.
Este ano a 16ª edição irá promover a discussão aberta de temas como “Investimentos Estratégicos – Futuros, Viver No Tejo, Monitorização E Inovação, Ser Sustentável – Viver O Futuro, O Planeamento E Gestão No Séc. XXI, ESG -Environmental Social Cooperation Governance”, contando também com sessões relacionadas com os Núcleos Norte, Centro e Sul da APRH. Além disso, esta edição decorrerá de forma híbrida, tanto presencial como online, sendo que o objetivo do congresso é alcançar o maior número de participantes possível: “este Congresso da APRH tem sido realizado em vários pontos do país e é intenção da APRH manter essa rotatividade. Nas 15 edições anteriores, o Congresso foi maioritariamente realizado em Lisboa, mas também já decorreu no Porto (duas vezes), Figueira da Foz, Estoril, Alvor, Évora e de forma virtual”, relembra o presidente da Associação.
Todavia, o tema principal, revela, é “Viver com a Água”, num alerta para a sociedade da importância “deste bem essencial à vida”, especialmente em tempos que temas como a seca e a escassez hídrica são recorrentes na comunicação social portuguesa. Desta forma, Carlos Coelho diz que a missão da APRH é envolver os seus associados e todos os interessados numa reflexão sobre a gestão dos recursos hídricos, com ênfase neste congresso para as especificidades levantadas por cada região, visto que “passados 31 anos do primeiro Congresso da Água, continua a ser necessário promover este evento”.
Grande transversalidade de assuntos
A Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos quer continuar a “promover o progresso dos conhecimentos e o estudo e discussão dos problemas relativos aos recursos hídricos, nomeadamente nos domínios da gestão, do planeamento, do desenvolvimento, da administração, da ciência, da tecnologia, da investigação e do ensino”, afirma Carlos Coelho, acrescentando que “A APRH fomenta e apoia iniciativas que visam a cooperação das entidades singulares e coletivas interessadas na criação de estruturas e de meios adequados à resolução dos problemas existentes no âmbito dos recursos hídricos nacionais”.
Quando questionado sobre os fenómenos extremos cada vez mais reais, como as chuvas intensas e a seca, o presidente da APRH ressalta algumas pequenas soluções: “a utilização de diversas origens de água, superficiais e subterrâneas, bem como a reutilização e recirculação de água, a recarga artificial de aquíferos, a dessalinização da água do mar, entre outros, são recursos disponíveis e que estão a ser avaliados como forma de adaptação e mitigação das Alterações Climáticas. Torna-se igualmente relevante, pensar numa drenagem urbana mais sustentável em que se considerem medidas que contribuam para o controlo de inundações, inclusive a manutenção de ecossistemas e seus serviços nas bacias hidrográficas”.
Assim, a discussão destes elementos, acredita Carlos Coelho, e a “grande transversalidade de assuntos” trazidos no 16º Congresso da Água podem resultar em benefícios para a comunidade técnica e científica que tem trabalhado os recursos hídricos, desde a área da agricultura, à gestão costeira, à utilização urbana, à economia e em particular à proteção dos recursos hídricos.
Este artigo foi incluído na edição 98 da Ambiente Magazine que está a ser distribuída no Congresso da Água