Verões europeus com as temperaturas mais altas em dois mil anos
A revista britânica “Environmental Reserach Letters” acaba de publicar um estudo que conclui que os últimos 30 verões na Europa foram os mais quentes dos últimos dois mil anos. Especialistas de 13 países, incluíndo o Reino Unido, usaram informações obtidas dos anéis de crescimento de árvores e de registos históricos para reconstruir as temperaturas desta região nos últimos 2.100 anos.
Os dados mostram uma variação natural das temperaturas maior do que se pensava, o que sugere que os modelos climáticos atuais podem ter subestimado a frequência e intensidade das ondas de calor futuras. “Os modelos modernos não reconstróem o que foi a mudança climática no passado, pois subestimaram a variabilidade natural do clima”, garante Danny McCarroll, da Universidade de Swansea.
Depois dos verões calorosos da época romana, vieram as condições estivais mais frescas entre os séculos 4 e 7, seguidas por um período medieval mais quente e pela Pequena Idade de Gelo, que aconteceu do século 14 ao 19.
Apesar de ser certo que a temperatura média europeia no século 20 foi similar à dos séculos 1, 2, 8 e 10, o aumento de ondas de calor em 2003, 2010 e 2015 trouxe temperaturas “invulgarmente altas”, sem provas de que algum outro período dos dois últimos milénios tenha sido tão quente. Para explicar as altas temperaturas das três últimas décadas, os investigadores apontam para o papel da atividade humana.
“Sempre soubemos que as temperaturas oscilaram durante muitos séculos, mas queríamos comprovar se o clima quente experimentado nos últimos anos era incomum visto numa escala de tempo mais longa”, explica o professor Neil Roberts, da Universidade de Plymouth.