Os Verdes apelaram, ontem, a Marcelo Rebelo de Sousa que intervenha “ativamente” na questão de Almaraz, já que Portugal não pode ficar três meses de braços cruzados” à espera que Bruxelas decida sobre a queixa apresentada pelo Ministério do Ambiente contra Espanha.
Heloísa Apolónia, deputada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV), acusou o Governo socialista de se ter “atrasado muito” neste processo, perante o “desrespeito” e “violação descarada das autoridades espanholas”.
“É preciso exercer uma diplomacia muito mais ativa e assertiva; e, nesse sentido, temos solicitado que essa pressão não seja feita apenas pelo ministro do Ambiente, mas também pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro. E o apelo que fazemos também é que o presidente da República se envolva ativamente nesta questão”, disse a líder parlamentar de Os Verdes, numa conferência de imprensa, no arranque das jornadas parlamentares nos distritos de Castelo Branco e Portalegre, que terminam hoje.
“Como a licença [de funcionamento] está dada até 2020, o que Os Verdes dizem é que para lá de 2020 nem pensar”, sublinhou.
Recursos contra armazém
Do lado de lá da fronteira, o Governo de Madrid tem um mês para responder ao recurso que três organizações ambientalistas ibéricas interpuseram junto do Ministério da Energia, na última sexta-feira, contra a construção do armazém de resíduos nucleares em Almaraz, que pode prolongar a vida daquela estrutura, e a declaração de impacte ambiental positiva. Caso contrário, a obra tem de parar.
O anúncio foi feito ontem pelos Ecologistas en Acción, pela Federación Extremena Antinuclear (FEAN) e ainda pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), que admitiram ir para a Justiça, se aquele recurso “não for atendido”.