A agitação marítima de sudoeste, conhecida por ondas de levante, com uma altura significativamente superior a um metro, acompanhada pelo aumento das massas de água quente junto às praias, têm sido constantes no Algarve desde julho, noticia o jornal Expresso este fim-de-semana.
Segundo o Instituto Hidrográfico (IH), durante este período, “a temperatura da água do mar à superfície, ao longo da orla costeira do Algarve e Costa Vicentina, alcançou valores máximos relativamente aos últimos 16 anos”.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explica que este aumento “ocorre após episódios de vento de levante no Estreito de Gibraltar, ao qual está associado o transporte de águas mais quentes do Mediterrâneo para o Atlântico”, as quais atingem a Península Ibérica, em particular “o Sotavento Algarvio”.
De acordo com o chefe da Divisão de Previsão Meteorológica do IPMA, Nuno Moreira, o calor que se tem feito sentir na Península Ibérica, “tem sido caracterizado pela permanência de regiões de altas pressões nesta zona, em particular de uma região de crista anticiclónica”. Nas regiões de altas pressões anticiclones ocorre um aquecimento do ar, que origina inversões térmicas, em que a temperatura aumenta com a altitude, em vez de diminuir. Desde modo, “um elevado número de episódios de levante neste verão é compatível com uma elevada frequência de situações de inversão térmica”.
Na Península Ibérica e a Norte de África localiza-se um anticiclone que tem originado o transporte de ar muito quente. Um fenómeno que intensificou o aquecimento do ar junto ao solo, registando-se valores de temperatura do extremamente elevados, especialmente a sudoeste da Península Ibérica.