No final de 2017, o sistema Valorfito contava já com 955 pontos de retoma ativos, número que tem vindo a aumentar ao longo dos anos. No ano anterior, foram retomadas 357,310 toneladas de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, ou seja, cerca de metade das embalagens distribuídas no nosso país (50,1%) de um total de 712,800 toneladas declaradas pela indústria.
O ano passado foi também marcado por um ligeiro recuo destes dois últimos indicadores, já que estes não foram indiferentes à quebra de consumo do mercado e ao facto de este ter sido um mau ano agrícola. Ainda assim, para António Lopes Dias, diretor-geral do Valorfito, “mais uma vez é de valorizar o empenho e investimento concreto do setor em seguir a sua missão de melhorar a sustentabilidade da atividade”.
2018: ano de concretizações e novos objetivos
Em 2018, o Valorfito viu a sua licença renovada e passou a integrar a gestão dos resíduos das embalagens dos biocidas de controlo de animais prejudiciais e de proteção da madeira, assim como as embalagens de sementes destinadas a utilização profissional. Através do despacho n.º 6560/2017, o Sistema adquiriu novas competências e viu reconhecida a importância da aplicação das medidas previstas no Plano de Ação Nacional para o Uso Sustentável de Produtos Fitofarmacêuticos.
Ainda este ano, o Sistema Integrado de Gestão de Embalagens e Resíduos em agricultura focou-se na melhoria da atuação do setor em Portugal, tendo apostado fortemente na realização de ações de esclarecimento sobre a nova licença, em colaboração com as Direções Regionais de Agricultura do continente e ilhas, num total de 11 sessões por todo o país, o que representou um passo importante para a responsabilidade ambiental dos produtores agrícolas.
Para António Lopes Dias, este foi um ano para fomentar uma maior proximidade com todos os parceiros. “Ao longo do ano, desenvolvemos várias atividades de sensibilização e comunicação juntos dos agricultores e também dos pontos de retoma, indo diretamente à origem e aos vários pontos do Sistema para conhecer os seus intervenientes”.
As ações de formação para a correta gestão das embalagens de produtos fitofarmacêuticos foram igualmente uma aposta do Sistema, das quais fizeram parte cerca de 1.050 utilizadores, entre produtores, estudantes e técnicos.
Tripla lavagem é essencial
Seguindo um caminho firme para a sustentabilidade, o Valorfito mantém o foco na promoção da “Tripla Lavagem” junto dos produtores portugueses. À Ambiente Magazine, o responsável confirmou que este ano poderão surgir novidades sobre este assunto. Esta técnica, cuja mais-valia ficou comprovada em estudos realizados em vários países europeus, conduz à reinserção das embalagens novamente no ciclo. Segundo a investigação, as embalagens de produtos fitofarmacêuticos corretamente lavadas poderão ser classificadas como resíduos não perigosos, adquirindo assim novo valor, pelo incremento das suas possibilidades de reciclagem.
Para 2019, o Valorfito pretende continuar a difundir a prática desta técnica de lavagem das embalagens pelos produtores. Ainda este ano deverão ser conhecidos os primeiros resultados do estudo realizado em Portugal, com a Universidade Nova de Lisboa, que, segundo António Lopes Dias, “deve apresentar resultados semelhantes à investigação de grande parte dos países da europa, no sentido de as embalagens de produtos fitofarmacêuticos serem consideradas não perigosas após a aplicação deste método”.
Desafios para 2019
Outro dos grandes desafios para o ano que se aproxima prende-se com a chegada do Sistema aos produtores de minifúndio e, para tal, o Valorfito está a desenvolver campanhas de sensibilização como a campanha “Por Amor à Terra”, um projeto em parceria com os concelhos do país onde predominam os pequenos agricultores e onde as taxas de retoma são menores, com o objetivo de incentivar a entrega das embalagens e as boas práticas para Economia Circular agrícola.