#Valorfito: 10 Anos, 5000 toneladas de CO2 e 12.263 barris de petróleo depois
O Valorfito, como sistema de gestão de resíduos de embalagens ao serviço da agricultura, contando naturalmente com um profundo cariz ambiental, tem como objetivo operacional reduzir a pegada de carbono da atividade da indústria de produtos fitofarmacêuticos, biocidas e sementes de uso profissional em particular e, da actividade agrícola, em geral.
Tendo como base o ano 2012, foi possível efetuar a contabilização desta mesma pegada, para que este indicador sirva de base para a melhoria contínua do desempenho ambiental do sistema.
Para tal, foram seguidos os referenciais do programa WARM da EPA (Environmental Protection Agency – USA), que definem as emissões de CO2 eq. que se evitam com a reciclagem e valorização dos resíduos face à deposição em aterro, para os diversos materiais de resíduos de embalagem. A deposição em aterro é o destino final que queremos evitar no desenvolvimento de toda a nossa atividade. De facto, esta só é opção quando todas as outras foram esgotadas.
A este ganho ambiental, descontam-se as emissões de todo o sistema, nomeadamente na sua componente maior, que é o transporte dos resíduos. Neste aspeto, o sistema trabalha diariamente para que os seus processos de recolha e transporte de resíduos sejam planeados ao detalhe por forma a minimizar o impacte ambiental destas operações. Tarefa que não é fácil dados os mais de 1100 Pontos de Retoma distribuídos por todo o território nacional, incluindo regiões autónomas e quase um milhar de operações de levantamento durante o último ano.
Com estes pressupostos, aferiu-se que o Valorfito contribuiu, na última década, para que se evitassem as emissões de 4.792 toneladas de CO2 equivalente para a atmosfera, refletindo as 3.704 toneladas de resíduos recolhidos desde 2012, que corresponde a 12.263 barris ou 1.668 toneladas de petróleo, sendo estes valores, se dúvidas houvesse, o reflexo do contributo fundamental do setor agrícola para o combate às alterações climáticas.
Ao longo da última década, verifica-se que a recolha de resíduos de embalagens está intimamente ligada ao aumento do valor de emissões evitadas, numa proporção de 1,3 t CO2 eq. por cada t de resíduos recolhidos, que resulta da evolução verificada no setor agrícola que passou de 243 t de resíduos de embalagens recolhidos em 2012 para as atuais 512 t em 2021, o que espelha os resultados da formação, profissionalização e execução das boas práticas ambientais do setor.
Outros fatores que contribuem, igualmente, para melhorar a performance do sistema relativamente à pegada de carbono, são a otimização logística, quer em termos de recolhas, quer em termos da gestão da capacidade de armazenamento dos pontos de retoma e, por outro lado, as opções de destino final dos resíduos. Estes influenciam bastante o cálculo, uma vez que quantos mais resíduos de embalagens forem reciclados, melhor será o índice de emissões de carbono evitadas. Todos estes fatores têm vindo a ser otimizados nos últimos anos, o que permite ao Valorfito e a todo o setor agrícola, perceber como se poderá evoluir para se atingirem resultados ainda mais positivos nos próximos anos.
Conclui-se que a entrega dos resíduos de embalagens de produtos fitofarmacêuticos, sementes e biocidas por parte dos agricultores garante que aqueles seguem as melhores práticas de reciclagem e valorização, para além de todos os benefícios ambientais e de segurança inerentes, evitando-se, também, a emissão de importantes quantidades de CO2 para a atmosfera.
É por isso essencial continuar a trabalhar para melhorar este indicador, sobretudo na área de prevenção de resíduos, sensibilizando os operadores económicos para a necessidade de desenvolver conceitos de embalagem mais compatíveis com a reutilização e a reciclabilidade, após a sua utilização.