O ano de 2016 apresenta, até 15 de julho, os valores mais baixos em número de incêndios florestais e área ardida dos últimos 10 anos, tendo-se registado 2.880 fogos que consumiram 2.174 hectares, segundo o último relatório oficial.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indica que, entre 01 de janeiro e 15 de julho, registaram-se 2.880 ocorrências de fogo, menos 64,5% do que no mesmo período de 2015, quando ocorreram 8.156.
O relatório provisório de incêndios florestais do ICNF adianta que das 2.880 ocorrências de fogo, 403 dizem respeito a incêndios florestais e 2.488 a fogachos. O documento refere também que, até 15 de julho, ardeu cerca de um décimo da área consumida pelas chamas no mesmo período do ano passado.
“Comparando os valores do ano de 2016 com o histórico dos últimos 10 anos, para o período de 01 de janeiro a 15 de julho, destaca-se que se registaram menos 58 por cento de ocorrências relativamente à média verificada no decénio 2006-2015 e que ardeu menos 86% área do que o valor médio de área ardida nesse período”, refere o ICNF, acrescentando que “o ano de 2016 apresenta, até ao dia 15 de julho, os valores mais baixos, quer em número de ocorrências quer em área ardida, desde 2006”.
O número de ocorrências de fogo e de área ardida registam, este ano, valores mensais “muito inferiores” aos últimos 10 anos, justificando o ICNF com o facto da primavera de 2016 ter sido a mais chuvosa dos últimos 15 anos.
No entanto, avança que em junho deflagraram 692 ocorrências de fogo e nos primeiros 15 dias de julho já ocorreram 1.123 incêndios, o mesmo aconteceu com a área ardida, que nos primeiros quinze dias de julho, ultrapassou a regista em junho, 631 e 336 hectares respetivamente.
Os dados provisórios indicam igualmente que os distritos com maior número de incêndios, até 15 de julho, foram o Porto (709), Lisboa (280) e Braga (249), apesar das ocorrências terem sido maioritariamente fogachos (não ultrapassam um hectare de área ardida).
Já Évora foi o distrito com menor número de fogos este ano, onde deflagraram nove.
No que toca à área ardida, Braga foi o distrito mais afetado, tendo os incêndios consumido 378 hectares, representando cerca de 17% da área total, que resultaram do único grande fogo registado até 15 de julho no concelho de Cabeceiras de Basto.
Vila Real (311 hectares) e Porto (299) são outros dois distritos com mais área ardida este ano, acrescenta ainda o relatório.