Um estudo da ANP|WWF, publicado esta segunda-feira, 16 de outubro, em prol do Dia Mundial da Alimentação, dá conta do avanço da degradação dos rios, lagos, zonas húmidas e aquíferos, ou seja, ecossistemas de água doce, e do valor desta mesma água, que se estima ser de 58 biliões de dólares/ano, o equivalente a 60% do PIB (Produto Interno Bruto) global.
“Este relatório vem mostrar como a água doce e os seus ecossistemas são imprescindíveis para a nossa economia, saúde e ambiente. Rios, lagos e zonas húmidas saudáveis são essenciais para assegurar a nossa alimentação e a nossa própria sobrevivência”, afirma Ângela Morgado, Diretora-executiva da ANP|WWF, que acrescenta que “é urgente inverter este ritmo desastroso de destruição e degradação e resolver rapidamente os problemas relacionados com a água. Também neste ponto, a Lei Europeia do Restauro da Natureza é necessária e pode ser um instrumento fundamental para enfrentar esta crise, reparando os ecossistemas de água doce vitais para a existência de água limpa e abundante para consumo, alimentação, indústria e biodiversidade”.
Cada vez mais pessoas enfrentam a escassez de água e a insegurança alimentar, uma vez que os rios e os lagos estão a secar, a poluição está a aumentar e as fontes de alimentos, como a pesca de água doce, estão a diminuir.
Por outro lado, a extração de quantidades insustentáveis de água e as alterações dos caudais dos rios, bem como os impactos das alterações climáticas colocam ainda mais em perigo os ecossistemas de água doce – dois terços dos maiores rios do mundo já não correm livremente, e as zonas húmidas continuam a perder-se três vezes mais depressa do que as florestas.