O secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, anunciou que o apoio aos agricultores açorianos pelos prejuízos da seca tem um valor de referência de 1190 euros para o milho forrageiro.
De acordo com a Lusa, João Ponte tinha anunciado um apoio à produção de milhos forrageiros entre os 700 e os 1000 euros, mas o valor de referência acordado numa reunião entre o secretário regional e o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, é de 1190 euros, por hectare, para o milho forrageiro, um valor que triplica para os produtos hortícolas (para cerca de 3600 euros), perfazendo um investimento total que se prevê rondar os três milhões de euros.
Este valor é depois atribuído em 75% da percentagem da avaliação que foi feita da perda na produção de milho forrageiro, que pode ser de 25%, 50% ou 75%.
Assim sendo, o valor que os produtores de milho forrageiro podem receber por hectare corresponde a 223 euros para perdas de 25%, 446 euros para prejuízos de 50% e 669 euros por hectare para produtores que reclamem compensação por 75% da produção, sendo que os produtores de hortícolas recebem o triplo dos montantes referidos.
Para Jorge Rita, “a ajuda fica um pouco aquém daquilo que era a expectativa, atendendo à dificuldade que o setor tem”, ressalvando que, “atendendo à situação atual”, o que deve “ser feito e agilizado é que o governo tenha disponibilidade financeira o mais rapidamente possível para poder fazer estes pagamentos”.
O responsável, que pedia um investimento total de dez milhões de euros, apontou 31 de dezembro como o prazo ideal para que as transferências sejam efetuadas.
O presidente da Federação Agrícola relembra que o problema “não é só o custo da sementeira, o custo da produção de milho”, mas também “a falta que esse mesmo produto faz, sabendo que, da parte do Governo Regional, também existe a comparticipação, quer a nível das fibras, quer a nível dos fenos importados.
No entanto, defende, “isto não é suficiente para colmatar a falta de alimentos que a partir dos próximos meses irão notar-se claramente nos agricultores”, admitindo a necessidade de voltar a reunir com o governante.
João Ponte garante que vai “avaliar mais à frente a necessidade ou não de haver uma nova intervenção para a ajuda a nível da importação de alimentos”, tendo explicado que a ”expectativa do Governo e a expectativa, também, da Federação é que isso vai ser necessário, [mas] vai depender muito também do comportamento do clima nos próximos meses”.
Sobre o reforço da captação das águas, Jorge Rita considera que “há muito investimento feito na região, (…) mas há muito investimento para fazer”.
Já o secretário regional evidencia o esforço feito pelo Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA) na construção de reservatórios para captação de água pluvial e salienta que, “no caso concreto da ilha de São Miguel, o plano do IROA no próximo ano já contempla uma obra importante que é aproveitar a captação de água, que neste momento corre para o mar, na zona de Água D’Alto”, que permitirá abastecer a zona de Vila Franca do Campo e Ponta Garça, libertando mais água na Lagoa das Contendas para “o abastecimento do perímetro central”.
A seca que se fez sentir na região fez com que “no caso do milho forrageiro, 70% da área dos cerca de seis mil hectares” tivesse “um prejuízo superior a 50% em termos de produção”, salientou o responsável do Governo Regional pela Agricultura.