A Casa Comum da Humanidade vai nascer na Universidade do Porto. Este projeto internacional pretende garantir a preservação das condições de habitalidade do planeta através de um novo modelo de governação global dos recursos naturais, onde é utilizado um inovador sistema de contabilidade ambiental e económica que compensa quem conserva e valoriza a Natureza e penaliza quem a destrói. Para dar corpo ao projeto, será legalmente constituída a Associação Casa Comum da Humanidade numa cerimónia que se realiza às 9h30 da próxima segunda-feira, dia 24 de setembro, na Reitoria da Universidade do Porto.
O futuro da humanidade está dependente do estado favorável do Sistema Terrestre, ou seja, do conjunto de ciclos físicos, químicos e biológicos globais e fluxos de energia que regulam a vida na Terra. No entanto, o Sistema Terrestre é definido por fenómenos globais intangíveis, que não se restringem por fronteiraterritoriais. O objetivo é apresentar uma fórmula de governação mundial que garanta a correta gestão destes recursos, comuns a toda a humanidade.
A Casa Comum da Humanidade pretende ser a resposta a esta questão através de uma nova construção jurídica baseada no conceito de “Condomínio da Terra”, apoiada por uma nova fórmula científica de avaliação e contabilização dos impactos positivos e negativos que todos realizamos neste património comum. Dois conceitos desenvolvidos por docentes da Universidade do Porto: Paulo Magalhães, jurista e professor da Faculdade de Direito, e Orfeu Bertolami, físico e professor da Faculdade de Ciências.
A associação que agora será constituída ficará sedeada na Universidade do Porto e terá como missão conduzir à construção deste novo modelo de governação global, fundado na criação de um organismo de governo global – uma espécie de “administrador do condomínio” a funcionar no seio da ONU – que faça a gestão dos diferentes recursos mundiais que garantem o Sistema Terreste favorável à vida no planeta.
A Associação Casa Comum da Humanidade terá como membros fundadores, para além da Universidade do Porto, as Câmaras Municipais do Porto e Gaia e as principais universidades públicas portuguesas. A associação conta também com membros da comunidade científica internacional como Will Steffen, líder mundial na investigação sobre alterações climáticas, Nathalie Meusy, especialista em desenvolvimento sustentável na Agência Espacial Europeia (ESA) e Alessandro Galli, diretor da Global Footprint Network, organização que trabalha junto da ONU e criou o conhecido conceito de Pegada Ecológica e a sua métrica.