Face aos efeitos das alterações climáticas, que afetam os territórios e as atividades económicas, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lança, no ano letivo 2021/2022, o Mestrado em Recursos Biológicos, Valorização do Território e Sustentabilidade (bioS – “Biological Resources for Sustainability”).
Ministrado no Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, o novo curso visa “conservar e valorizar os recursos genéticos endógenos, com destaque para a região centro de Portugal”, promovendo a “sustentabilidade e resiliência da aquacultura e pesca” e, também, dos “sistemas agroflorestais num contexto de alterações climáticas”, lê-se no comunicado da universidade.
Helena Freitas, coordenadora do Mestrado, realça a importância do novo curso, destacando que se trata de uma “uma resposta formativa que responde à necessidade de prepararmos um outro modelo de agricultura, baseado na diversificação das unidades produtivas e das paisagens agrícolas, substituindo fertilizantes e pesticidas, valorizando a diversidade e a interação entre espécies, e apostando na saúde dos ecossistemas”. Para a docente, “precisamos de sistemas agroecológicos diversificados e capazes de sequestrar carbono no solo, restaurar a sua fertilidade, conservar a biodiversidade, e sustentar a produção ao longo do tempo”.
Com a duração de dois anos, dividido em quatro semestres, o Mestrado em Recursos Biológicos, Valorização do Território e Sustentabilidade, conta já com um vasto número de colaborações estabelecidas com investigadores estrangeiros no âmbito de parcerias existentes e projetos de investigação conjuntos e disponibiliza laboratórios de Investigação no Departamento de Ciências da Vida e unidades de Investigação & Desenvolvimento associadas que reúnem excelentes condições e tecnologia avançada para a realização do curso.
Este novo Mestrado é direcionado a alunos de licenciatura de áreas como Biologia, Bioquímica, Antropologia, Ciências Agrárias e Florestais, Geografia, Turismo, Território e Patrimónios, Ambiente, Ciências Económicas e Ciências Sociais e Humanas.
“O setor agroalimentar enfrenta várias ameaças, destacando-se as alterações climáticas, a globalização de bens e serviços, e as alterações do uso do solo associadas ao abandono das atividades primárias, entre as mais preocupantes”, declara a responsável, destacando que “os cenários de evolução climática para Portugal apontam para condições progressivamente mais desfavoráveis para a atividade agrícola, resultantes da redução da precipitação e aumento da temperatura, do agravamento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, do aumento da suscetibilidade à desertificação e das condições favoráveis a agentes bióticos nocivos, evidenciando a necessidade incontornável de fomentar a resiliência dos territórios através de medidas de adaptação às novas condições”.
O curso com uma forte componente aplicada, oferece ainda a possibilidade de realizar um estágio em empresas e administração pública em alternativa à dissertação de forma a promover uma colaboração institucional, assim como a transdisciplinaridade e a interdisciplinaridade, abrindo possibilidade de integração direta no mercado de trabalho.