A Universidade de Aveiro (UA) coordena o Centro Regional Ocean Teacher Academy – Portugal, o centro nacional da Ocean Teacher Global Academy, organismo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI/UNESCO) para desenvolvimento e capacitação em Ciências do Mar. De acordo com a universidade, a candidatura apresentada por Portugal, envolvendo 17 entidades nacionais e 170 investigadores e técnicos especializados na área do mar e dos oceanos foi aprovada no início de setembro e o consórcio está em formalização, prevendo-se o arranque dos trabalhos ainda antes do final de 2020.
A preparação e submissão da candidatura, com o acordo do consórcio de instituições participantes, ficou ao cargo da UA, através do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), que assegurou o secretariado e participou através da sua coordenadora, a investigadora Ana Lillebo, e da Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas (GOVCOPP), através da investigadora Filomena Martins. A preparação da candidatura decorreu em estreita ligação com o presidente do Comité Português para a COI.
A ampla abrangência desta iniciativa conjunta é destacada por Filomena Martins, também membro do Comité Português da COI (CP-COI), entidade que promoveu esta iniciativa através do presidente, Luis Menezes Pinheiro, professor da UA. A investigadora e membro do CP-COI ficou encarregue da coordenação da Ocean Teacher Academy – Portugal, em representação da UA, durante os primeiros dois anos. “A diversidade e relevância das entidades envolvidas, como instituições de ensino superior, centros de investigação, laboratórios e organismos do Estado, grupos de trabalho de representação nacional, como a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, abrangem todas as áreas inscritas nos objetivos da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, de 2021 a 2030”, afirma Filomena Martins salientando que ainda é possível a inclusão de mais entidades neste esforço conjunto. “Trata-se de uma oportunidade excecional para nos organizarmos em rede, capitalizando a experiência de ensino e formação dos membros da rede, reforçando a massa crítica e consolidando o conhecimento nas Ciências e Tecnologias do Mar em Portugal”, comenta a investigadora, também professora do Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA.
Para a UA, esta aprovação é mais um “contributo da instituição para a capacitação em Ciências e Tecnologias do Mar, tanto nacional como dos países em desenvolvimento de expressão portuguesa”, acrescenta.
As ações de formação da Ocean Teacher Academy, tipicamente dirigidas a especialistas, investigadores e técnicos nas várias vertentes das Ciências do Mar são promovidas por um ou vários dos membros do consórcio. As primeiras ações de formação serão discutidas na reunião (online) do Steering Group do Projeto OTGA (SG-OTGA) a realizar entre 5 e 7 de outubro. Prevê-se que o seu arranque decorra ainda antes do final de 2020.
As candidaturas a centros de treino regionais ou especializados da Ocean Teacher Global Academy decorrem de quatro em quatro anos e as suas ações de treino e formação não têm financiamento garantido, embora seja possível financiar as diversas atividades inerentes às ações através da candidatura a programas internacionais que habitualmente financiam atividades de I&D.