União Europeia desliga a corrente aos produtos que desperdiçam energia e não são reparáveis
A Quercus junta-se à campanha Coolproducts, da qual é membro, para assinalar que as recentes medidas adotadas pela União Europeia (UE) tornarão os produtos mais fáceis de reparar e mais eficientes energeticamente, poupando dinheiro aos consumidores e reduzindo as emissões.
Pela primeira vez, os fabricantes vão ser obrigados a tornar os eletrodomésticos mais fáceis de reparar, de forma a cumprir as medidas pioneiras que a Comissão Europeia adotou hoje, e que também implicam uma redução da energia necessária para o seu funcionamento.
A partir de 2021, todos os televisores, monitores, frigoríficos, congeladores, máquinas de lavar roupa e louça, máquinas de lavar e secar roupa e produtos de iluminação colocados no mercado da UE, terão que cumprir os requisitos mínimos de reparabilidade criados com o propósito de prologar a sua vida útil. A reciclagem será também facilitada graças a uma conceção melhorada destes produtos e, no caso dos monitores, à eliminação de retardadores de chama halogenados.
A Quercus e as ONGs congéneres concordam que o anúncio de hoje representa um ponto de viragem na forma como produzimos e usamos os nossos produtos, pois se a eficiência energética e a redução das faturas de eletricidade têm sido uma constante, a inovação agora está na possibilidade de os produtos poderem ser usados mais tempo, permitindo aos consumidores poupar dinheiro, reduzindo as emissões de carbono e a produção de resíduos. É este o caminho para uma economia mais circular e que deve ser aplicado a muitos outros produtos, como os equipamentos electrónicos, para minimizar os seu impacte ambiental.
As novas medidas fazem parte da Diretiva de Conceção Ecológica da UE, que retira do mercado os produtos que mais desperdiçam, substituindo-os por modelos que cumprem a mesma função mas que gastam menos energia e recursos. Resultam de um acordo prévio, estabelecido em janeiro por todos os 28 governos da UE, e estão entre as últimas medidas adotadas pelos Comissão Europeia antes da tomada de posse dos novos funcionários.
Em conjunto com as novas etiquetas energéticas adotadas em março, os novos requisitos de eficiência energética permitirão à UE poupar 140 TWh de energia por ano, o que corresponde a 5% do consumo de eletricidade da UE. Para os consumidores e para as empresas, tal significa uma poupança de 20 mil milhões de euros na fatura energética.
Os requisitos de reparabilidade podem contribuir com poupanças adicionais, reduzindo a procura de novos produtos e as emissões de carbono associadas à produção, distribuição, uso e fim-de-vida dos novos produtos. De acordo com um estudo recente, aumentar em cinco anos o tempo de vida de uma máquina de lavar roupa, representa retirar das estradas da UE meio milhão de carros anualmente, em termos de emissões (CO2eq).
A caminho do Direito à Reparabilidade por parte dos consumidores
Os novos requisitos têm o potencial de tornar os nossos produtos mais duradouros. Os fabricantes terão que assegurar que os aparelhos possam ser facilmente desmontados com ferramentas comuns. As peças de substituição e a informação de reparação terão que estar disponíveis aos reparadores profissionais durante o número mínimo de anos.
Na opinião da Quercus e das outras ONGs, os novos funcionários da UE devem assegurar que esta abordagem seja replicada à maioria dos grupos de produtos, enaltecendo o passo importante que a UE está a encetar.