Uma oportunidade de negócio chamada Economia Circular segundo a Schneider Electric e APDC
A Schneider Electric, em parceria com a APDC, realizou esta quarta-feira a terceira sessão do ciclo de Digital Business Breakfasts sobre o tema “Powering The Digital Economy”. Para esta última sessão, o tema central de discussão escolhido foi a Economia Circular e o futuro desta nova visão de negócio, quer em termos globais como em particular para Portugal. Entre os presentes ficou bem patente que este novo modelo é uma oportunidade de negócio para todos, em especial para as empresas que cada vez mais apostam na sustentabilidade.
Segundo Raquel Espada Martín, EMEAS Strategy Vice President for Energy and Sustainability Services da Schneider Electric, a quem coube a primeira análise sobre o tema em discussão, “temos de aprender a reutilizar os bens na economia global, porque não haverá mais recursos do que aqueles que temos. A solução passa por fazer de outra forma, passando do modelo linear para o circular e utilizando os recursos naturais da melhor forma”. A evolução e mudança para a economia circular é absolutamente necessária sobretudo para as empresas dado que permite uma melhoria significativa em termos de custos energéticos e promove um mundo melhor para a sociedade em que se insere.
Na ordem do dia, dada a importância cada vez maior que damos à sustentabilidade, a Economia Circular continua a ser um conceito desconhecido para a maioria das empresas, no entanto há quem procure integrar os seus princípios nos seus processos criando novas oportunidades de negócio. Este é o momento de inovar e procurar novas estratégias e modelos de produção que promovam a sustentabilidade e uma gestão melhorada dos recursos naturais oferecidos pela planeta. Para que tal aconteça, o primeiro passo é saber onde está a empresa, definir os objetivos que se pretendem, implementá-los e monitorizá-los.
Como oportunidade de negócio, a Economia Circular deve ser parte integrante de qualquer estratégia corporativa e aqui surge a primeira dificuldade, tal como afirmou Raquel Espada, “o maior problema e desafio neste processo é o alinhamento organizacional, porque as pessoas e os dados estão muitas vezes separados e operam em silos organizacionais, mas acredito que em equipa, com eficiência, reduzindo o desperdício, a energia, o uso de água e reforçando a transparência as empresas conseguirão alcançar os princípios base para fomentar a sustentabilidade”.
Apesar de se reconhecer a importância e os benefícios da adoção do modelo circular, os desafios numa economia à escala global são inúmeros e começam logo pelo nível de competitividade em que vivemos. Para que a economia circular exista é preciso que se estabeleça um ciclo que acrescente valor, e que se criem condições necessárias para as empresas serem os motores desta transformação. A economia circular é claramente uma oportunidade para Portugal, temos bons exemplos com 70% das empresas a reutilizarem as suas águas residuais, mas claramente ainda existe muito trabalho pela frente.
É necessário caminhar para o objetivo comum que é a sustentabilidade e esse é uma responsabilidade de todos, sejam agentes económicos, governos, ou comunidades. A economia circular não se implementa sozinha, e uma das conclusões desta manhã de debate é que temos de colaborar. Com uma forma de pensar mais abrangente e colaborativa, e uma revisão dos processos, é possível mudar e lançar produtos mais sustentáveis. As pessoas já estão preparadas e recetivas a isto.