Um estudo, divulgado pela revista Nature, dá conta que um terço dos corais da Grande Barreira de Coral, na Austrália, morreu no ano de 2016 devido ao aquecimento global.
Um terço do maior sistema de coral do mundo, que se estende 2.400 quilómetros ao longo da costa australiana, terá morrido, em 2016, fruto do aumento das temperaturas das águas que resulta no branqueamento dos corais. Este terá sido o branqueamento mais agressivo até à data.
Mark Eakin, autor do estudo e coordenador do Coral Reef Watch da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, afirma: “Nós vimos metade dos corais na Grande Barreira de Corais morrer em apenas dois anos. Este estudo mostra que os recifes de coral que foram afectados pelo stress e pelo calor no passado são mais sensíveis. O evento de 2016 comprometeu 30% daquele Património Mundial da UNESCO, que inclui 3.863 recifes, abrangendo 1.429 milhas da costa de Queensland”.
O que acontece é que com o aquecimento da água, as algas que produzem substâncias tóxicas deixam de fazer fotossíntese e os corais acabam por expulsá-las, perdem a cor e ficam desnutridos.
Entre fevereiro e abril de 2016, as temperaturas superficiais da água atingiram valores recorde, segundo o Boletim Meteorológico do Governo australiano. Também o fenómeno El Niño levou a um grande transporte de massa de água quente da Austrália às costas da América do Sul.
“A menos que reduzamos o dióxido de carbono na atmosfera, o aumento das ondas de calor retornarão com demasiada frequência aos recifes”, alerta Mark Eakin.
A Grande Barreira de Coral é constituída por três mil recifes individuais e cerca de 900 ilhas e considerada Património da Humanidade.