O projecto Aquaexcel, financiado pela União Europeia, está a promover uma rede de investigação que liga os cientistas no domínio da aquacultura de toda a Europa e que os aquacultores podem utilizar para aumentar a sua competitividade – e a das economias das comunidades costeiras. A aquacultura tem vindo cada vez mais a ser apresentada como uma solução para uma pesca sustentável e respeitadora do ambiente, já que traz consigo a promessa de reduzir a necessidade de captura de peixes selvagens, numa altura em que a procura mundial de peixe está a aumentar, o que coloca muitas espécies sob a ameaça da sobrepesca. O projecto Aquaexcel proporciona aos investigadores da UE e países associados o acesso a centros de excelência de investigação de aquicultura e a recursos em toda a Europa – incluindo locais para testes, bancos de dados de genómica e sistemas de imagiologia. Está igualmente a trabalhar no sentido de reunir os melhores cientistas de países da UE e países terceiros em projectos conjuntos que promovem a excelência na investigação. Alguns projectos testaram a possibilidade de substituir a farinha de peixe e o óleo de peixe por ingredientes alternativos, como o óleo de avelã, os insectos e as microalgas. Noutro exemplo, os investigadores do projecto estão a estudar a forma como os peixes consomem os nutrientes. Pretende-se obter um melhor controlo da gordura e textura da carne, como forma de aumentar a qualidade, bem como reduzir os factores de produção necessários para a exploração piscícola e limitar a poluição do ambiente local. O trabalho do Aquaexcel inclui a harmonização e normalização dos recursos de investigação em toda a Europa – nomeadamente através do desenvolvimento de modelos e métodos experimentais que ajudam os cientistas desta área a coordenar os seus trabalhos de investigação. O projecto está a desenvolver e a utilizar o que os cientistas chamam “linhas isogénicas” para o salmão, a carpa, o robalo e a truta. Estes grupos geneticamente idênticos de determinadas espécies de peixes tornam mais fácil para os cientistas a reproduzir as suas experiências. A piscicultura, ou aquacultura, permite aliviar parte desta pressão sobre as unidades populacionais, uma vez que metade do peixe consumido no mundo é já produzido em explorações piscícolas. Contudo, é possível ir muito mais longe para aumentar a eficiência da indústria aquícola europeia, que emprega cerca de 80 mil pessoas. Se produzirem mais peixe de uma forma sustentável e respeitadora do ambiente, as explorações piscícolas podem reduzir ainda mais a pressão sobre as unidades populacionais de peixes selvagens da Europa. “Há muito que a UE identificou a investigação no domínio da aquacultura como um factor essencial para o desenvolvimento das áreas costeiras e zonas remotas, e também como uma forma de melhorar a qualidade, respeitando simultaneamente o bem-estar animal e o ambiente. No nosso novo programa Horizonte 2020, continuaremos a investir neste tipo de investigação e inovação”, declarou Máire Geoghegan-Quinn, Comissária Europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciência. “
Água e energia (II): A tecnologia como fator de diferenciação e sustentabilidade
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