Autoridades da União Europeia, do Brasil e da África do Sul reúnem-se de 12 a 14 de julho, em Lisboa, durante o evento “A New Era of Blue Enlightenment”, para celebrar o lançamento da iniciativa emblemática “Atlântico Sul”. A ideia é reforçar os objetivos de cooperação mútua relacionados com a proteção de ecossistemas marinhos e ligações entre oceanos e clima.
A participação do Brasil, que conta também com o apoio dos Diálogos Setoriais, vai contribuir para o intercâmbio de informações e experiências sobre pesquisa marítima, com base em prioridades definidas em conjunto para a abertura de uma cooperação mais ampla em futuros projetos conjuntos de investigação colaborativa focados no Atlântico.
Na ocasião, será assinada a Declaração de Belém sobre Cooperação em Investigação e Inovação do Oceano Atlântico entre o comissário europeu para Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) brasileiro, Gilberto Kassab, e a ministra da Ciência e Tecnologia sul-africana, Naledi Pandor.
Para o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociência, do MCTIC, Andrei Polejack, este acordo tripartido é um salto muito importante para os países envolvidos, porque amplia o conhecimento no Atlântico Sul, até então muito pouco estudado. “Essa aliança tratará todo o oceano como uma única bacia, a fim de entender melhor o seu funcionamento. Vai unir as ações da cooperação Sul-Sul, deixando um legado para a questão da sustentabilidade do Oceano”, explicou.
O evento também irá reunir líderes políticos, instituições de investigação, agências de fomento, setor privado e stakeholders ativos em ciências marinhas da Europa, do Brasil e da África do Sul, que participarão em sessões plenárias, painéis de discussão, bem como numa mostra de projetos financiados pela União Europeia e iniciativas nacionais focalizadas na bacia atlântica.
Durante três dias, serão debatidos os seguintes temas: abordagens climáticas e ecossistêmicas, sistema de observação e previsão da terra e do oceano, segurança alimentar, gestão das pescas e aquicultura e biodiversidade, tecnologia oceânica e investigação polar, especialmente, as interconexões entre o Atlântico e a Antártica. Além disso, o Brasil e a África do Sul apresentarão ainda uma agenda de prioridades científicas para o Atlântico Sul.
Além de representantes do MCTIC, a delegação brasileira será composta por 15 investigadores de universidades e institutos relevantes, e participantes das agências de fomento. Segundo Andrei Polejack, este “evento é importante, pois vai unir esforços das grandes nações científicas do Atlântico Sul, a fim de gerar conhecimento e troca de experiências”.