De acordo com a AFP, três orcas mantidas em cativeiro durante meses em tanques no extremo oriente da Rússia foram esta quinta-feira carregadas em camiões especiais com vista à libertação, lê-se no site da Lusa. A divulgação, em fevereiro, de fotografias de onze orcas e 93 belugas amontoadas desde 2018 em pequenas piscinas perto da vila de Nakhoda, a 200 quilómetros de Vladivostok, desencadeou uma vaga de protestos internacionais. Os animais estavam destinados a serem vendidos para o estrangeiro, nomeadamente parques aquáticos na China.
No final de junho, um primeiro grupo de duas orcas e seis belugas foi transportado a cerca de mil quilómetros e deixado em liberdade no ambiente natural no mar de Okhotsk, no Oceano Pacífico. Os três mamíferos retirados esta quinta-feira dos tanques deverão conhecer a mesma sorte.
Segundo a agência francesa, os mergulhadores intervieram nas piscinas, onde usaram redes para içar as três orcas e colocá-las a bordo dos camiões dotados de aquários. Gritos de outros cetáceos mantidos noutros tanques foram audíveis. A imprensa não foi autorizada a entrar na instalação. Quando da primeira operação de libertação, os especialistas denunciaram a ausência de uma observação independente.
De acordo com os cientistas, o grupo de orcas deveria ter sido libertado em conjunto porque se relacionou durante a detenção. Mas o Instituto de Oceanografia da Rússia, que supervisionou as libertações, considerou esta possibilidade muito onerosa. Uma petição no site change.org a exigir a libertação dos animais recolheu mais de 1,5 milhões de assinaturas, entre as quais as de celebridades como o ator norte-americano Leonardo DiCaprio. A Rússia é o único país no mundo a autorizar a captura e a venda de orcas e de belugas para aquários, uma prática controversa tornada possível graças a falhas jurídicas que as autoridades prometeram corrigir.