A Samarco, joint-venture das mineradoras Vale e BHP Billiton, pagará 1,04 mil milhões de euros, até 2018, para sanar os estragos causados pelo rompimento de duas barragens no Brasil, no ano passado. Além desse valor, um fundo de 4,7 mil milhões de euros será criado para garantir a reparação integral dos danos, segundo os termos acordados ontem no Palácio do Planalto, em Brasília, entre os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, com as empresas envolvidas, avança a Lusa.
O acidente, que aconteceu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, matou pelo menos 17 pessoas e causou um grave problema ambiental no Rio Doce, tomado por uma grande quantidade de lama contaminada com substâncias tóxicas que escorreram das barragens.
Durante a cerimónia de assinatura do acordo, a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que o entendimento do poder público com a Samarco, Vale e BHP Billiton, após o acidente, é um exemplo de que quando todos querem, é possível superar crises e grandes desafios. Dilma Rousseff também afirmou que o acordo não prevê limites financeiros até à total restauração da situação ambiental.
“Trabalhamos num horizonte estimado de 15 anos. Em três anos, todos os programas serão reavaliados”, completou.
Agora, uma fundação composta por especialistas indicados pela Samarco desenvolverá 38 projetos voltados para a recuperação ambiental, indemnização e assistência à população afetada.
O controlo público desses recursos será feito por um novo grupo de trabalho composto por representantes dos governos federal, estaduais, municipais e o Comité da Bacia do Rio Doce.