5,3 milhões de euros é o valor do maior investimento nacional em infraestrutura tecnológica, pioneiro a nível europeu, para desenvolver tecnologias oceânicas. Chama-se TEC4Sea e é uma plataforma vocacionada para a investigação, desenvolvimento, testes e validação de tecnologias para potenciar a economia do mar.
Criado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e pelo Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL), o TEC4Sea tem diversos laboratórios espalhados pelo país, que têm como objetivo desenvolver tecnologias para o mar, capacitar as empresas e formar recursos altamente qualificados.
Relativamente às empresas que vão poder beneficiar com esta plataforma, Augustin Olivier, um dos responsáveis do INESC TEC pela infraestrutura TEC4Sea, refere que “por um lado, as indústrias tradicionais, tais como a pesca e a aquacultura, do processamento do pescado, transportes, construção e reparação naval e portos. Por outro, as indústrias emergentes, nomeadamente mineração do fundo marinho, oil & gas de mar profundo e ultra profundo, produtos e serviços Hi-Tec, energia renovável offshore, aquacultura offshore, biotecnologia, vigilância e segurança marítima”.
Os objetivos estabelecidos para as indústrias tradicionais passam por aumentar a competitividade das empresas que atuam nestes setores. No caso das indústrias emergentes, o TEC4Sea vai facilitar a capacitação tecnológica das empresas.
“Esta infraestrutura é uma mais-valia para as empresas, na medida em que lhes dá suporte logístico, técnico e humano ao longo do processo de desenvolvimento, teste e validação e agiliza a transferência de tecnologia para o mercado”, refere o responsável.
O TEC4SEA tem laboratórios do Porto a Faro. Só na cidade do Porto são seis os laboratórios atualmente disponibilizados pelo INESC TEC para apoiar esta infraestrutura, mas o TEC4Sea quer que o seu centro de gravidade na região norte do país seja no Porto de Leixões. Também o CINTAL disponibiliza os seus laboratórios no Algarve.
A extensão da Plataforma Continental portuguesa vai fazer com que a área do país cresça até aos cerca de quatro milhões de km2, o que representa crescer mais de 40 vezes quando usamos por referência a atual área de Portugal. Para além disso, Portugal tem a terceira maior zona económica europeia e uma posição geoestratégica que faz com que haja o cruzamento de autoestradas marítimas.
“Temos um mar nacional tão vasto e tão profundo, só nos falta começar a explorá-lo verdadeiramente. A verdade é que 30% dos fundos marinhos europeus estão ainda por explorar”, conclui Augustin Olivier.
A plataforma TEC4SEA pretende abrir-se a outras entidades. Nesse sentido, o website da infraestrutura vai disponibilizar em breve informação para quem quiser associar-se.