No passado dia 20 de julho a tartaruga Salina regressou ao mar após 13 meses de permanência no Porto d’Abrigo do Zoomarine. Apenas sete dias volvidos, já nadou 292 quilómetros, o que significa que já se encontra a 239 quilómetros do local onde foi devolvida ao oceano (a 12 milhas náuticas, ou seja, cerca de 22 quilómetros, a sul de Faro), numa tradicional cooperação entre o Zoomarine e a Marinha Portuguesa.
Este percurso da Salina está disponível online para que todos os interessados possam acompanhar e mostra que, em média, este exemplar da espécie Caretta caretta está a nadar cerca de 42 quilómetros por dia. “Os sinais parecem mostrar períodos de natação muito ativa, alternados com períodos de descanso e/ou de alimentação”, explica o Zoomarine numa nota.
Entretanto, nos últimos dois dias, e contrariando os projetos do passado (três tartarugas na “Operação Regresso Adiado”, de julho de 2009, e uma tartaruga na “Operação Grande Regresso”, de agosto de 2019), a Salina decidiu atravessar o Estreito de Gibraltar e entrar no mar Mediterrânico. Tal incursão poderá ser um “mero acaso ou poderá significar que este espécime pertence a uma população da região”, pelo que este percurso poderá ser um “regresso a casa”, lê-se na mesma nota.
O equipamento KiwiSat Argos que se prevê que fique acoplado à sua carapaça durante cerca de dois anos, continua a “recolher imensos dados e possui um sensor que determina quando se encontra à superfície” – altura em que tenta “localizar satélites e descarregar os dados recolhidos”. Assim, e caso tudo decorra como previsto, “o aparelho deverá ter bateria suficiente para 13 a 15 meses de atividade, pelo que se espera que as próximas semanas permitam perceber muitos mais detalhes do percurso deste quelónio”, refere o Zoomarine.
Os riscos à sobrevivência da SALINA continuarão a ser diários – e para sempre; mas fazem parte de uma vida autónoma de uma tartaruga em mares tão preenchidos de actividades humanas. A nossa equipa continuará preocupada – mas confiante!