Foi declarado pela Direção Regional do Ambiente e Alterações Climáticas da Madeira a suspensão do projeto de construção e pavimentação do caminho das Ginjas. O projeto tem sido contestado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e por outras organizações não-governamentais e mereceu “duras críticas” durante a consulta pública.
De acordo com a SPEA, o caminho em causa fica entre a localidade das Ginjas (Município de São Vicente) e o Paúl da Serra, e atravessa uma mancha de Laurissilva bem preservada: “um património natural único, protegido por leis e convenções internacionais, e classificado como Rede Natura 2000, Património Mundial Natural da UNESCO e Parque Natural da Madeira”. Neste local, entre 2013 e 2017, decorreu o projeto de conservação LIFE Fura-bardos, liderado pela SPEA, com o objetivo de recuperar este importante habitat.
“É bom ver a força da participação pública, que travou, pelo menos para já, este atentado ao património natural da Madeira”, declarou Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira.
Na consulta pública em fevereiro a SPEA, juntamente com oito outras Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGAs), deu parecer negativo ao Estudo de Impacte Ambiental do projeto, por apresentar “falhas graves na identificação e avaliação dos impactes sobre as espécies e habitats prioritários”, lê-se na nota.
A SPEA assegura, no mesmo comunicado, que vai continuar atenta ao desenrolar desta situação, e a zelar pelo património natural da Madeira e de todos nós.