No debate decorrido esta quinta-feira em Lisboa, sobre envenenamento de animais selvagens, foi anunciado “um novo projeto para melhor combater este e outros crimes contra o ambiente”, refere a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), numa nota enviada. Chamado Life+ Nature Guardians, o projeto pretende trabalhar de perto com os intervenientes nos processos de combate ao crime contra o ambiente: desde as equipas de prevenção e investigação no terreno até aos magistrados a quem compete deliberar sobre estes casos em tribunal. O Life+ Nature Guardians, que envolve entidades em Portugal e Espanha, foi apresentado por David de la Bodega, da Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/BirdLife) e por Domingos Leitão, diretor executivo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
“O nosso objetivo com o projeto Life Nature Guardians é melhorar a eficácia das ações destinadas a combater os crimes contra o ambiente na Península Ibérica e no resto da UE, e aumentar os meios e capacidades de todos aqueles que são “Guardiões da Natureza”” disse David de la Bodega, da SEO/BirdLife, que coordena o projeto.
Com o Life+ Nature Guardians, a SPEA refere á imprensa que vai apoiar o trabalho das autoridades competentes, por exemplo desenvolvendo ações de formação específicas. O projeto passa ainda pela colaboração entre conservacionistas e autoridades para criar e implementar procedimentos que permitam dar uma resposta mais rápida e eficaz a casos como os incidentes de poluição no Tejo de agosto passado ou o envenenamento de espécies protegidas como os britangos encontrados mortos em pleno Parque Natural do Douro Internacional, noticiado em novembro.
“Em Portugal, é necessário que os intervenientes em todas as fases dos processos relacionados com crimes ambientais estejam mais sensibilizados e conscientes dos valores ambientais. Por isso uma parte fundamental deste projeto vai ser o trabalho com advogados e magistrados, para assegurar procedimentos judiciais corretos e garantir que quem lesa a natureza e o bem público seja devidamente condenado”, disse Domingos Leitão, Diretor Executivo da SPEA.
O projeto Life+ Nature Guardians durará até 2022 e as suas ações em Portugal serão financiadas em cerca de 250 mil euros, provenientes do programa LIFE da União Europeia e do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Transição Energética.