A ilha da Madeira alberga, desde a semana passada, o primeiro laboratório de poluição luminosa, o terceiro implementado no âmbito do projeto INTERREG MAC Energy Efficiency Laboratories (EELabs).
Astrónomos do Instituto de Astrofísica de Canárias e técnicos da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) instalaram os primeiros fotómetros na zona Este da ilha da Madeira, cujos dados recolhidos, juntamente com o seguimento GPS de adultos de cagarra, vão permitir “identificar as áreas mais problemáticas para as aves marinhas em relação à poluição luminosa na ilha”, permitindo “priorizar locais que necessitem de alterações na iluminação”, refere um comunicado.
Este projeto, que decorre na Madeira, Açores e Canárias, assenta no desenvolvimento e instalação de uma rede de fotómetros autónomos – pequenos aparelhos que vão mapear a poluição luminosa e medir o impacto da luz artificial noturna sobre a biodiversidade. De acordo com a SPEA, serão instalados trinta equipamentos na zona Este da Madeira, que se juntarão a mais de uma centena, já implementados nas ilhas de Gran Canaria, Tenerife e Corvo.
Segundo a SPEA, as aves marinhas, devido aos seus olhos sensíveis, ficam desorientadas e são vítimas de encadeamento ao saírem dos seus ninhos, algo que pode fazer com que colidam com infraestruturas, sejam atropeladas, se tornem presas de cães e gatos ou até morram de desidratação. Por esta razão, a organização relembra a importância da “adoção de iluminação pública adequada”, levando em consideração a “eficiência energética”, mas também o “impacto na biodiversidade”.
Este é o terceiro projeto na região dedicado exclusivamente à avaliação da poluição luminosa.