Sobe para 69 número de mortos devido a inundações na Birmânia
Os esforços de ajuda internacional à Birmânia têm-se intensificado face às fortes inundações que já fizeram pelo menos 69 mortos no país, segundo o mais recente balanço hoje divulgado.
As chuvas da época de monção, que têm fustigado grande parte do sul e sudeste da Ásia nos últimos tempos, aumentaram na passada semana devido à passagem do ciclone Komen que atravessou a Baía de Bengala. Milhares de pessoas permanecem encurraladas nas regiões fronteiriças montanhosas do oeste da Birmânia, depois de repentinas cheias e deslizamentos de terras terem destruído habitações, estradas e pontes, ao fim de semanas de incessantes chuvas. Com as comunicações gravemente afectadas pela intempérie torna-se difícil obter uma ideia do panorama geral no pobre e vasto país.
A Birmânia lançou um raro apelo à ajuda internacional, num evidente contraste como o que sucedeu aquando da passagem do ciclone Nargis, em 2008, pelo país, que deixou 140 mil mortos ou desaparecidos, altura em que os generais que lideravam o país recusaram reconhecer a dimensão do desastre. Desta vez, Tailândia e Japão juntaram-se à China na doação de suprimentos de emergência, anunciaram hoje os ‘media’ estatais birmaneses, tendo as agências da ONU a intensificado a sua resposta nas zonas inundadas mais remotas, descrevendo a situação como “um grande desastre natural”. O Japão providenciou já ajuda, como cobertores, no valor de 150 mil dólares, segundo um comunicado da embaixada nipónica em Rangum, verba idêntica à prometida pela Tailândia.
Falando à margem de uma cimeira regional na Malásia, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressou as suas condolências, revelando que um pacote de ajuda vai ser anunciado por Washington em breve.
As fortes chuvas elevaram para 69 o número de mortos na Birmânia, afectando mais de 260 mil pessoas, disse hoje Phyu Lei Lei Tun, do Ministério dos Assuntos Sociais à agência AFP, indicando que só no estado de Rakhine, no oeste, foram registados 21 mortos.
O governo da Birmânia admitiu que a escala das inundações suplantou os esforços de emergência e emitiu um apelo formal de ajuda dirigido às organizações internacionais de ajuda humanitária.
Centenas de pessoas morreram e mais de dois milhões de outras foram afectadas em toda a região, em particular na Índia e no Paquistão, mas também no Vietname e no Nepal.