SMAS de Sintra com orçamento superior a 100 milhões de euros para 2025
O orçamento dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) para 2025 ascende a 101,3 milhões de euros, com a realização de investimentos na ordem dos 14,5 milhões de euros. Entre 2025 e 2029, o Plano Plurianual de Investimentos dos SMAS de Sintra totaliza 77,8 milhões de euros, nas três áreas de atuação: abastecimento de água, drenagem e tratamento de águas residuais e recolha de resíduos urbanos. Nos próximos anos, mantém-se a aposta na renovação das redes de distribuição de água, com implicação na redução da água não faturada/perdas de água; na expansão da rede de saneamento, incluindo a requalificação/construção de estações de tratamento (ETAR); e na instalação de nova contentorização de recolha de resíduos urbanos.
O orçamento para o próximo ano, já aprovado em sede de Câmara e em Assembleia Municipal, completa um ciclo de 12 anos de atividade, que se traduziu na concretização de inúmeros projetos e na preparação de diversos investimentos.
Na área do abastecimento de água, a melhoria da eficiência hídrica resultou na redução da água não faturada, de 30,9% em 2014 para 17,8% em 2023, por via de um investimento na ordem dos 30 milhões de euros, nomeadamente em empreitadas de remodelação de redes mais antigas, mas também no reforço de deteção e localização de fugas não visíveis, renovação de condutas e ramais, requalificação e impermeabilização de reservatórios e outras ações no domínio da deteção e eliminação de consumos ilícitos e substituição de contadores. No próximo ano, mantendo o objetivo de reduzir para 15% o valor da água não faturada, a aposta passa por aumentar a monitorização do sistema de abastecimento, através da criação de mais ZMC (Zonas de Medição e Controlo), e o investimento na reabilitação de redes mais antigas, como a empreitada em curso na Centralidade de Rio de Mouro Velho, e na requalificação de reservatórios, como o da Rinchoa e o Elevado das Mercês.
Na vertente do saneamento, em que a rede aumentou de 977 km em 2014 para 1.038 km em final de 2023, num investimento a rondar os 27 milhões de euros, o sistema integra atualmente 18 ETAR, em contraponto com as 14 existentes em 2014, num período em que foram renovadas ainda um total de 6 instalações de tratamento. Nesta área, Sintra quer continuar a afirmar-se como um concelho de referência a nível nacional no reaproveitamento da água residual tratada (ApR), para fins múltiplos que não exijam água potável, como a limpeza de órgãos das ETAR, desidratação mecânica de lamas, limpeza e desobstrução de coletores, lavagem e higienização de contentores de recolha de resíduos e, ainda, a varrição e lavagem de arruamentos. Sintra já reaproveita 6% da ApR resultante das suas 18 ETAR, quando a média nacional se situa nos 2%, e quer incrementar essa reutilização no âmbito de obras de requalificação como as que estão em curso nas unidades da Cavaleira (Algueirão-Mem Martins) e da Azóia (Colares).
A construção da ETAR de Areias e Alvarinhos, na sequência da construção da rede nestas duas localidades, e a requalificação das instalações de São João das Lampas, Montelavar e Colares são os próximos investimentos a concretizar na área do saneamento.
No domínio dos resíduos, os SMAS de Sintra vão prosseguir o investimento na melhoria da eficiência e sustentabilidade do sistema de recolha e transporte, com particular enfoque na implementação de contentorização enterrada, visando o aumento da capacidade de deposição, a melhoria ambiental do espaço público e o aumento dos indicadores de recolha seletiva. Nesta área, merece referência especial a concretização do sistema de recolha seletiva de biorresíduos, que já mobiliza mais de 75 mil pessoas no setor doméstico e 100 grandes produtores de restos alimentares, neste último caso através de um circuito exclusivo de recolha dedicada. A aposta passa ainda por aumentar a recolha das fileiras tradicionais (plástico/metal, papel/cartão e vidro), dando sequência ao aumento registado no período entre 2014 e 2023 de 11.000 para 15.000 toneladas (mais 37%).
Ainda na área dos resíduos, registe-se a parceria com as juntas de freguesia que, no âmbito da recolha de monos, se afigura como uma mais-valia para mitigar um flagelo, o descarte ilegal de resíduos volumosos, numa valência que cresceu de 1.800 toneladas em 2014 para 9.000 em 2023 (mais 400%) e que vai ultrapassar as 10.000 toneladas no final de 2024.
No capítulo da despesa, o orçamento dos SMAS de Sintra é condicionado, por um lado, pelo acréscimo que resulta das atualizações remuneratórias definidas para a Administração Pública e, por outro, pelo agravamento de custos estabelecido para 2025 pelas empresas Águas do Tejo Atlântico e EPAL, referente, respetivamente, ao tratamento de águas residuais e ao fornecimento de água.
Enquanto corresponsáveis, em articulação com a Câmara de Sintra, pela Estratégia Municipal de Educação e Sensibilização Ambiental, os SMAS de Sintra estão fortemente empenhados também em consolidar o MAR-Museu da Água e Resíduos como o centro da sensibilização ambiental em Sintra, no âmbito da sua missão de sensibilização da comunidade em geral (em particular a educativa) para os valores da defesa do património ambiental, apostando na inovação e na tecnologia, em torno dos ciclos urbanos da água e resíduos e com as atividades em consonância com os eixos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030, a agenda das Nações Unidas para o desenvolvimento social, económico e ambiental à escala planetária.