#SmartandGreenTourismII: “não podemos integrar uma unidade hoteleira que não tem atenção à sustentabilidade porque amanhã não vai ter mercado”
A conferência Smart and Green Tourism II, organizada pela Ambitur e pela Ambiente Magazine, regressou para mais uma edição da BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) para debater as questões atuais que ligam o turismo e a sustentabilidade.
O primeiro painel, dedicado à temática “Transição Verde, uma prioridade para o turismo nacional?”, contou com a moderação de Roberto Antunes, diretor executivo do NEST – Centro de Inovação e Turismo. Paulo Rodrigues de Brito, diretor comercial e responsável pelo setor do turismo do Banco BPI, foi um dos oradores desta conferência, em conjunto com Leonor Picão, diretora coordenadora da Direção de Valorização da Oferta no Turismo de Portugal, e André Matos, diretor de Qualidade do Vila Vita Parc Resort & Spa.
Numa perspetiva de desmistificar o financiamento “verde”, o representante do BPI frisou que a política atual do banco é aconselhar e ajudar as empresas do setor do Turismo a transitarem para um plano mais sustentável, sensibilizando-as com a necessidade de uma “seleção de objetivos a alcançar” e dando posteriormente “ferramentas financeiras para os clientes fazerem esta mudança”.
“A atual procura do setor do Turismo dá muita atenção a estes aspetos da sustentabilidade”
Acreditando que o Turismo “é uma excelente bandeira como exemplo para os outros setores”, Paulo Rodrigues de Brito explicou que o banco, atualmente, não mede só o risco bancário tradicional, mas sim todos os riscos adjacentes, como por exemplo fornecedores, atentando em particular às políticas e aos objetivos sustentáveis que a empresa possa ter: “não podemos integrar uma unidade hoteleira que não tem atenção à sustentabilidade porque amanhã não vai ter mercado”, disse, acrescentando que “quanto mais depressa entrarmos neste barco, melhor será para todos”.
Em relação ao banco BPI, o diretor comercial afirmou que o “ADN [da empresa] já começou a mudar” e que toda a equipa hoje é motivada pelas preocupações ambientais e pela procura de clientes que possam ser sensibilizados e conduzidos para uma política mais verde, se não “muitos negócios podem estar ameaçados” pelo “próprio consumo que se vai adaptar a esta situação”.
Atualmente, o BPI tem uma equipa própria para o setor turístico, cujo responsável é o Paulo Rodrigues de Brito, que atua mais próxima do empresário para ajudá-lo a integrar este caminho mais sustentável: “mais do que um banco financiador, nós temos a cultura e o hábito da parceria”, pois em um “projeto hoteleiro é para ali estar 10 a 15 anos, à partida”, concluiu.
Por Ambiente Magazine, na BTL 2023
© Raquel Wise