Foi no passado 20 de março – Dia Mundial da Agricultura – que a ANIPLA deu a conhecer publicamente o seu mais recente projeto: SMART FARM HUB. Com este projeto a ANIPLA pretende agregar conhecimento e criar um espaço reflexão, partilha e comunicação sobre os principais temas relacionados com a inovação e tecnologia ao dispor do setor agrícola.
É através de parcerias formalizadas – “referências nacionais nas áreas da biotecnologia agricultura digital e de precisão, biopesticidas e conservação do solo e da biodiversidade” -, que vai ser possível uma “divulgação ativa desta informação para capacitar os agricultores e disponibilizar aos consumidores, de forma simples e intuitiva, informação acerca das ferramentas inovadoras e tecnológicas disponíveis para a prática da agricultura”, começa por explicar João Cardoso, diretor da ANIPLA, acrescentando que “muita da informação terá como base os conteúdos do projeto Smart Farm, que está desenhado para adotar as constantes evoluções que se vão concretizando na modernização da agricultura”.
A Smart Farm é a quinta modelo da ANIPLA, localizado na Companhia das Lezírias, e aberto a toda a comunidade de profissionais do setor agrícola e ao público em geral para visitas e para aprender mais acerca do uso seguro e sustentável de produtos fitofarmacêuticos. Desde 2022, este projeto ganhou uma dimensão digital, após o recente lançamento da Smart Farm Virtual.
O SMART FARM HUB nasce, assim, da preocupação crescente e contínua da ANIPLA em garantir aos agricultores, consumidores e poder político acesso à melhor formação e informação possíveis: “No mundo em que convivemos com, por um lado, as exigências decorrentes da estratégias do Pacto Ecológico Europeu, que obrigam os profissionais a ter do seu lado, cada vez mais soluções que lhes permitam garantir uma produção sustentável e, por outro, com inúmeros desafios decorrentes das alterações climáticas, cada vez mais severas, que ameaçam a produção de alimentos, torna-se imperativo unir esforços para colocar a ciência, tecnologia e inovação ao serviço da agricultura, permitindo aos agricultores continuar a produzir de forma integrada, sustentada e em total sintonia com o ambiente”.
“É fundamental o consumidor valorizar a atividade agrícola”
Na prática o projeto materializa-se, em grande medida, com a colaboração decorrente das parcerias agora firmadas, refere o responsável, destacando que, primeiramente, pretende-se “agregar conhecimento acerca das quatro componentes da proteção das plantas, a agricultura digital e de precisão, os biopesticidas, a conservação do solo e da biodiversidade e os produtos fitofarmacêuticos”. A integração de todas estas ferramentas é fundamental para a “implementação do conceito de Smart Farmer, um agricultor que produz alimentos de forma segura, sustentável e que garante a disponibilidade alimentar para todos nós”, afirma. As principais ações do Smart Farm Hub, centram-se com a “realização de projetos entre parceiros”, com a “divulgação de conteúdos através das Smart Farm, física e digital, das plataformas digitais e redes sociais para informação ao consumidor”, bem como a “criação de um think tank de reflexão e esclarecimento do uso de tecnologia na agricultura”, acrescenta.
No âmbito deste projeto vão ser promovidas ações numa vertente de comunicação e sensibilização, quer para o setor agrícola, quer para o consumidor: “É fundamental o consumidor valorizar a atividade agrícola. Queremos comunicar dentro destas quatro áreas toda a tecnologia e potencial que atualmente um agricultor tem à sua disposição para assegurar uma produção de alimentos sustentável”. Para o setor, “vamos arrancar com um roadshow no continente e ilhas, com a realização de workshops para capacitação dos atuais e futuros agricultores, muito com base nos conteúdos da Smart Farm Virtual, e a participação dos parceiros nas quatro áreas do Smart Farm Hub”, adianta o responsável, destacando que, “em cada workshop vamos apresentar a Smart Farm Virtual, esclarecendo dúvidas e ajudando a que a sua consulta se torne cada vez mais intuitiva”.
“É uma data que é de todos e para todos aqueles que diariamente estão incansavelmente em campo, na defesa do nosso planeta”
Com este projeto, João Cardoso espera “estar cada vez mais perto de quem convive diariamente com os desafios que o setor agrícola enfrenta, os agricultores, partilhando informação primordial para os capacitar na gestão diária de cada obstáculo” e, ao mesmo tempo, “fomentar uma maior confiança dos consumidores nos agricultores que os alimentam”. Além disso, “desejamos que (este projeto) sirva para alertar o poder político nacional e europeu para a necessidade de criar condições para acelerar a disponibilização, aos agricultores, de novas soluções de proteção de plantas”.
Este é, portanto, um projeto que reforça a preocupação da ANIPLA com a “proteção da biodiversidade” que pode ser assegurada de diversas formas: “Com a proteção dos solos, com a criação de abrigos aquáticos, abrigos para insetos, de ninhos e aves, entre outras”, exemplifica. Esta iniciativa pode ser mesmo um grande contributo para a sensibilização e formação: “O domínio destas práticas pelos agricultores representa uma enorme mais-valia no cumprimento do objetivo de controlo de doenças e pragas, enquanto cuidam dos ecossistemas agrícolas, fundamentais para a captura de carbono e manutenção da saúde do nosso planeta”.
A escolha do Dia Mundial da Agricultura para o lançamento deste projeto não foi um acaso: “É uma data que é de todos e para todos aqueles que diariamente estão incansavelmente em campo, na defesa do nosso planeta. Da nossa alimentação. Das nossas vidas”, remata.