“O financiamento sustentável não é só assegurar que as instituições financeiras apliquem os princípios das alterações climáticas nas suas operações e na sua avaliação de risco, mas também que temos os financiamentos disponíveis para Governos, empresas e famílias investirem de forma significativa, conforme será necessário, para se assegurar que, nas próximas décadas, podemos ter uma economia e uma sociedade preparada para ser neutra em carbono e circular”. A declaração é de Pedro Siza Vieira, ministro da Economia e da Transição Digital, na sessão de encerramento da conferência “Finanças Sustentáveis: Novos Desenvolvimentos“, realizada esta terça-feira, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
Para o ministro, não restam dúvidas acerca dos desafios negativos que o país enfrenta: “Várias empresas vão sentir o impacto da forma como produzimos e transportamos bens ou como nos movemos”. E a próxima década será crucial: “Vamos ter que centrar mais esforços para assegurar que temos os recursos necessários para todos estes investimentos necessários nos próximos anos”.
Ao nível dos Governos e da União Europeia, estão a ser disponibilizados “recursos sem precedentes” para ajudar nos desafios: “Temos instituições adequadas, quer a nível europeu, quer a nível nacional, que podem participar nestes esforços à medida que vamos desenvolvendo novos produtos e instrumentos financeiros que dão às empresas e às famílias a maturidade necessária para investirem”, refere Siza Vieira, acrescentando que o mecanismo para a recuperação e resiliência ou o quadro plurianual são dois dos recursos essenciais. “Conseguimos atingir os nossos objetivos se, além destes financiamentos, termos financiamento e investimento privado que vai ser necessário para fazer face aos desafios”. Apesar das “exigências” cada vez maiores, os desafios vão assegurar “grandes investimentos” e um “estímulo económico” que vai promover crescimento nas próximas décadas: “O impacto nos modelos negócios vai ser significativo, mas, ao mesmo tempo, vamos ter novas oportunidade de negócio”, vinca.
Enquanto ministro da Economia, Siza Vieira reconhece a importância de se fazer “frente aos desafios para preservar o ambiente e o planeta para as gerações futuras” e, ao mesmo tempo, assegurar que a “economia europeia continua a ser competitiva” , constatando que as novas tecnologias vão ser necessárias para atingir os objetivos ao ritmo certo e com custos que lhe permita ser sustentável. Para o dirigente, a Europa e o modelo social dependem, precisamente, de “indústrias e empresas competitivas” que consigam “gerar emprego” e “pagar os impostos” que serão necessários para manter o modelo, sendo este o nível dos desafios e a promessa da próxima década: “Fazer corresponder os objetivo climáticos ambiciosos com a capacidade de ter uma economia competitiva”.
A finalizar, Siza Vieira reforçou o papel que as instituições financeiras e o setor privado vão ter, assegurando o financiamento necessário para operar todas estas mudanças: “Estou confiante de que, tendo em conta a ambição da União Europeia e a forma como estamos a alinhar o setor privado e público à volta destes objetivos, vamos conseguir operar a mudança que é necessária”.