O black.block nasceu para colmatar necessidades próprias, mas foi patenteado e começou a ser vendido no ano passado. Gonçalo Costa Martins, arquiteto paisagista, estava a gerir uma exploração de plantas aromáticas quando começou a pensar num sistema que lhe permitisse secar este tipo de plantas, mas que tivesse custos energéticos mais reduzidos. O que era inicialmente uma solução para um problema próprio acabou por se transformar num negócio, noticia o jornal Público.
Foi em parceria com Margarida Soromenho, engenheira agrícola, que criou o black.block, um método que permite a secagem de produtos hortofrutícolas aproveitando energia solar e reduzindo os gastos de eletricidade. O conceito, que já está no mercado e pensa agora internacionalizar-se, ganhou a edição deste ano do Prémio EDP Inovação, atribuído ontem à noite, em Lisboa, e que distingue ideias na área da energia. O premiado ganha 50 mil euros e um ano na incubadora EDP Starter.
O black.block é um sistema em que a secagem é feita em contentores, num processo controlado por um algoritmo que vai escolhendo um de três métodos, consoante aquele que seja mais eficaz num dado momento. O processo pode ser monitorizado e ajustado através da Internet. Está a ser usado em explorações de plantas aromáticas e medicinais e de frutos.
“Reciclamos contentores, colocamos-lhes chapas de policarbonato por fora e transformamo-los em câmara de secagem”, explicou Gonçalo Martins ao Público, ainda antes de saber o resultado do concurso. Aquele material é responsável pelo aquecimento do ar. “No fundo é uma miniestufa entre o painel de policarbonato e o contentor”, resume o empresário
Para além da poupança energética o sistema reduz a emissão de dióxido de carbono. “A emissão de CO2 é de cerca de 9,5 quilos por 400 quilos de matéria verde a secar”, indica a informação do projeto. “Face aos sistemas convencionais, a redução por ano ronda as duas toneladas, considerando oito meses de laboração, o que se traduz numa redução superior a 70% nas emissões”.