Sintra reforça recolha e valorização de biorresíduos

Em Sintra, o Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos conta já com a mobilização de mais de 60 mil pessoas. Um universo populacional que efetua na origem a separação dos resíduos alimentares, desviando-os de aterro e permitindo a sua valorização. Alargado a todo o concelho em outubro de 2022, mais de um ano antes da obrigatoriedade em todo o país (a partir de janeiro de 2024), o sistema encontra-se em “velocidade de cruzeiro” no município sintrense, com a crescente adesão de clientes do setor doméstico que, para além dos benefícios ambientais da sua ação, usufruem de desconto de 1€, por cada 30 dias, no tarifário dos serviços de águas e resíduos. Nos primeiros quatro meses do corrente ano, os SMAS de Sintra já entregaram cerca de 400 toneladas de restos alimentares na Tratolixo, a empresa intermunicipal que efetua o tratamento de resíduos nos concelhos de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra.

A separação de biorresíduos é efetuada em regime de co-coleção, que consiste na recolha conjunta de duas ou mais frações de materiais, neste caso de indiferenciados e biorresíduos. Para o efeito, são cedidos gratuitamente pequenos contentores, com capacidade de 7 litros, e sacos verdes, para deposição dos restos alimentares no contentor de resíduos indiferenciados. A separação dos biorresíduos, devidamente acondicionados nos sacos verdes, é efetuada na Tratolixo, através de um sistema de leitura ótica, permitindo o desvio do encaminhamento para aterro e a valorização destes resíduos para a produção de energia ou de composto para a fertilização de solos agrícolas.

Para o setor não doméstico, os SMAS de Sintra estão a adotar dois modelos: por um lado, em regime de co-coleção, para os estabelecimentos de restauração e similares, com a cedência de contentores e sacos verdes com capacidade de 20 litros, e, por outro, com recurso a um circuito exclusivo com recolha dedicada, destinado a grandes produtores de restos alimentares, como empresas de maior dimensão, estabelecimentos de ensino, mercados municipais e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), em que é atribuída contentorização que varia dos 40 aos 660 litros.

A recolha junto destes grandes produtores é efetuada através de viatura específica, com capacidade de 15 metros cúbicos e equipada com sistema de lavagem e de elevação e basculamento de recolha, tendo sido adquirida no âmbito de uma candidatura ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), num investimento da ordem dos 250 mil euros. Este circuito exclusivo de recolha dedicada já foi reforçado com uma segunda viatura, com capacidade de 8 metros cúbicos e que representou um investimento de cerca de 120 mil euros, que se destina a dar resposta a entidades de menor dimensão que apresentem acessos limitativos para as operações de recolha, assim como as que se localizam em áreas urbanas com maior dificuldade de circulação.

Este circuito dedicado, para além das escolas, contempla outras entidades públicas, como os estabelecimentos prisionais de Sintra e da Carregueira, os regimentos de Artilharia Antiaérea (Queluz) e de Comandos (Belas) e a Escola da Guarda (Queluz), para além de outras instituições de cariz social e educativo como a Aldeia de Santa Isabel, Casa de Saúde da Idanha a CERCITOP, Colégio do Ramalhão e a Fundação Cardeal Cerejeira. Também empresas de maior dimensão, como a Adreta Plásticos, a Essilor, a Estêvão Luís Salvador, a Mercedes-Benz e a Wurth, integram este circuito, que abrange ainda o Hotel Pestana Sintra Golf (Beloura) e o Hotel Vila Galé Sintra.

Recorde-se que, após a implementação, no final de 2020, de um projeto piloto na freguesia de Rio de Mouro, os SMAS de Sintra alargaram o Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos a todo o concelho de Sintra no início de outubro de 2022.

*Este artigo foi publicado na edição 105 da Ambiente Magazine