À atual rede municipal de 124 oleões, o município de Sintra vai receber mais 65 equipamentos. Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) estão apostados em aumentar a recolha de óleos alimentares usados (OUA), evitando que este resíduo seja depositado nas canalizações domésticas ou nos contentores de resíduos indiferenciados. Em 2021, foram recolhidas 40 toneladas de OUA, refere a entidade, num comunicado.
Encaminhar os OUA para a rede de saneamento, além de danificar ou obstruir as canalizações, favorece o aparecimento de pragas e aumenta os custos de tratamento das águas residuais. A deposição na rede de contentores, por sua vez, provoca situações de insalubridade pública, eventuais derrames para a via pública, e encaminha este resíduo para aterro, contribuindo para o aumento da emissão de gases com efeito de estufa
A rede concelhia abrange, atualmente, equipamentos na via pública e em mercados municipais, mas também em locais privados de utilização pública, nomeadamente estacionamento de estabelecimentos comerciais e de várias associações e grupos desportivos, mediante protocolos, no sentido de garantir a sua vigilância.
Em 2021, em todo o concelho de Sintra, foram recolhidas 40 toneladas de OUA, que foram encaminhadas para valorização, visando a produção de biodiesel, mas também como matéria-prima para a produção de tintas, vernizes, sabonetes, velas ou detergentes.
Os municípios são responsáveis pela gestão dos OAU de pequenos produtores domésticos e proveniente do canal HORECA (empreendimentos turísticos, alojamento local e estabelecimentos de restauração e bebidas). A legislação estabelece, ainda, que municípios com mais de 300 mil habitantes devem contar com um mínimo de 80 equipamentos.
Apesar de Sintra contabilizar com uma rede de recolha de OAU, desde 2003, ao longo dos tempos, ocorreram alguns constrangimentos, como derrames para a via pública, a vandalização dos equipamentos, a contaminação e até o roubo do resíduo. Esta situação foi travada com a obrigatoriedade de uso de guias eletrónicas de transporte (e-GAR). Em 2014, quando os SMAS de Sintra assumiram a gestão da rede, os equipamentos foram retirados para que a rede municipal fosse reformulada, o que aconteceu com a instalação de 85 oleões, lê-se no mesmo comunicado.
Atualmente com 124 equipamentos e em vias de ser reforçada com mais 65, a rede municipal está a beneficiar de melhorias, com a relocalização de equipamentos com baixa produção e requalificação dos equipamentos já instalados, a par do reforço de sensibilização ambiental para que os munícipes tenham consciência de que, mais do que um resíduo, o OUA é um recurso. Mas, também que 1 litro de OUA pode contaminar 1 milhão de litros de água, o suficiente para a sobrevivência de uma pessoa até aos 10 anos.
A rede municipal de oleões está disponível aqui.