Para incentivar o reforço do número de aderentes ao Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos, assim como forma de reconhecimento a quem contribui para a valorização dos restos alimentares e o desvio do encaminhamento para aterro, os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) vão aumentar o desconto atribuído para 2 €/mês, no âmbito do tarifário dos serviços de água e resíduos para 2025. Dois anos após o arranque da atribuição deste desconto, na ocasião fixado em 1€ por cada 30 dias, os SMAS de Sintra reforçam, assim, o incentivo à adesão à separação na origem dos biorresíduos, que proporciona inegáveis benefícios ambientais ao possibilitar a sua valorização para a produção de composto orgânico para solos agrícolas e a produção de energia.
Obrigatória em todo o país desde o início de 2024, a separação de biorresíduos, correspondentes a mais de 40% dos resíduos produzidos, continua em velocidade de cruzeiro no município de Sintra, onde já mobiliza mais de 75 mil pessoas no setor doméstico, cerca de 400 clientes no setor não doméstico e uma centena de entidades (os chamados grandes produtores de resíduos orgânicos). No final de 2024, os SMAS de Sintra contam ter recolhido um total de 1.500 toneladas de restos alimentares, a que se juntam cerca de 14 mil toneladas de resíduos verdes, também considerados como biorresíduos.
Alargado a todo o território do concelho de Sintra em outubro de 2022, após um projeto piloto em Rio de Mouro (no final de 2020) e várias fases de expansão, o Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos assenta num regime de co-coleção, que consiste na recolha conjunta de duas ou mais frações de materiais. Para o efeito, no setor doméstico, são cedidos gratuitamente pequenos contentores, com capacidade de 7 litros, e sacos verdes, para deposição dos resíduos orgânicos no contentor de resíduos indiferenciados. A separação dos biorresíduos, devidamente acondicionados nos sacos verdes, é efetuada nas instalações da Tratolixo (empresa intermunicipal responsável pelo tratamento nos concelhos de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra), desviando esses resíduos de aterro e permitindo a sua valorização através da produção de energia e de composto para a fertilização de solos agrícolas.
No setor não doméstico, os SMAS de Sintra estão a adotar dois modelos: por um lado, em regime de co-coleção, para os estabelecimentos de restauração e similares (canal HORECA), com a cedência de contentores e sacos verdes com capacidade de 20 litros e, por outro, com recurso a um circuito exclusivo com recolha dedicada, destinado a grandes produtores de restos alimentares, como empresas de maior dimensão, entidades públicas, estabelecimentos de ensino e IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), em que é atribuída contentorização que varia dos 40 aos 660 litros.
A recolha junto destes grandes produtores, que já abrange 102 entidades, é efetuada através de viatura específica, com capacidade de 15 metros cúbicos e equipada com sistema de lavagem e de elevação e basculamento de recolha, tendo sida adquirida no âmbito de uma candidatura ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), num investimento de 250 mil euros. Este circuito exclusivo já foi reforçado com uma segunda viatura, que representou um investimento de 120 mil euros, para dar resposta a entidades de menor dimensão que apresentem acessos limitativos, assim como as que se localizam em áreas urbanas com maior dificuldade de circulação. O reforço da frota de recolha de biorresíduos vai ser concretizado, em breve, com a entrada em circuito de uma nova viatura, esta 100% elétrica, no valor de 400 mil euros.