Sines acolhe projeto destinado à produção de hidrogénio e amónia verdes
A empresa portuguesa de gestão de projetos Madoqua Renewables assina no próximo dia 22 de abril, sexta-feira, um acordo de parceria com a empresa neerlandesa Power2X e com a gestora de fundos dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) para construir o MadoquaPower2X, um projeto de escala industrial no valor de mil milhões de euros destinado à produção de hidrogénio e amónia verdes em Sines.
Localizado na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), este projeto vai usar energia renovável e unidades AWE (eletrólise de água alcalina) com uma potência de “500 MW para produzir todos os anos 50 mil toneladas de hidrogénio verde e 500 mil toneladas de amónia verde”, e inclui a possibilidade de “aquisição de hidrogénio produzido por terceiros”, refere um comunicado.
Ao nível de emissões de CO2, o MadoquaPower2X vai permitir uma redução até 600 mil toneladas por ano, das quais 400 mil através da produção de hidrogénio verde, assegura a empresa.
Neste momento, o projeto está em fase de desenvolvimento e espera-se que esteja totalmente licenciado e pronto para a decisão final de investimento até ao final de 2023, com a construção a ser iniciada logo a seguir e a primeira produção em meados desta década.
Tal como indica a Madoqua, o hidrogénio produzido no âmbito deste projeto poderá ser usado pela indústria local, transportado pelo gasoduto de hidrogénio de Sines atualmente a ser desenvolvido pela REN, integrado na rede de gás natural já existente ou processado para a criação de amónia verde para exportação a partir do terminal do porto de Sines.
“O MadoquaPower2X irá realizar contribuições significativas para a EN-H2 até 2030, nomeadamente ao contribuir com 25% da capacidade total de eletrólise prevista. O projeto integrado de hidrogénio e amónia, incluindo as suas fases futuras, criará cerca de um milhar de postos de trabalho diretos e indiretos (o que corresponde a 10%-12% do objetivo de criação de emprego) e, com um investimento de mil milhões de euros, irá contribuir com 10% a 15% dos objetivos totais de investimento em hidrogénio de Portugal”, precisa o comunicado.
Além disso, se a produção de hidrogénio for preferida à produção de amónia, o projeto MadoquaPower2X poderá atender 100% das metas de injeção de hidrogénio na rede nacional de gás em 2030. “Este projeto tem capacidade para consumir todo o hidrogénio produzido localmente para a produção de amoníaco”, afirma a empresa.
“Estamos orgulhosos por trazer este projeto para Portugal e colaborar com diferentes parceiros na cadeia de valor do hidrogénio e derivados. Portugal está estruturalmente bem posicionado para desempenhar um papel de liderança no espaço emergente de transição energética na Europa. Este projeto, juntamente com o desenvolvimento dedicado de geração de energia renovável, irá contribuir de forma significativa para a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)”, declara Rogaciano Rebelo, CEO da Madoqua.
Os membros do consórcio estão a explorar oportunidades com diversas partes interessadas no sentido de expandir ainda mais o projeto de forma a ser capaz de produzir um total de mil milhões de toneladas de amónia verde por ano, desta forma reduzindo emissões de CO2 em 1,2 mil milhões de toneladas por ano. O desenvolvimento das fases subsequentes do projeto começará em 2024 com o funcionamento em pleno previsto para 2030.
Membros do consórcio:
- Madoqua Renewables
- Power2X
- Copenhagen Infrastructure Partners