A Parceria Portuguesa para a Água (PPA) levou a cano, em janeiro e fevereiro deste ano, um inquérito com vista a fazer um “Balanço de Internacionalização de 2016”, tendo obtido respostas de 86 empresas e centros de investigação, na sua maioria PMEs, um universo representativo de um volume de negócios de 1,7 mil milhões de euros e 11,4 mil colaboradores. Os negócios internacionais representaram, o ano passado, cerca de 900 milhões de euros para este conjunto de entidades.
De acordo com a PPA, constatam-se sinais de “uma tímida recuperação do nível de atividade global iniciada o ano passado” bem como algum “abrandamento do grau de internacionalização do cluster português da água”. O que significa que muitos associados continuam a sentir os efeitos recessivos da evolução em alguns mercados-chave, cujos orçamentos públicos estão muito expostos aos preços internacionais do petróleo, refere o estudo.
Contudo, em termos globais, 2016 continuou a apresentar uma evolução “tendencialmente mais favorável no plano internacional, apesar do diferencial face ao mercado nacional se ter reduzido comparativamente a anos anteriores”. 35% dos inquiridos indicaram “estabilidade” como a palavra-chave o ano passado e apenas 8% “forte retração”; mas 20% falaram em “alguma retração” e 27% em “moderado crescimento”, sendo que somente 10% afirmaram ter registado um “forte crescimento”.
Por outro lado, cerca de uma em cada 10 empresas conseguiu, em 2016, internacionalizar linhas de serviço/ produto até à data circunscritas apenas ao mercado nacional. E cerca de 40% das entidades conseguiu iniciar atividade num novo mercado geográfico, alguns fora do âmbito tradicional de enfoque de empresas portuguesas.
A PPA indica que cerca de metade participou ativamente em concursos internacionais financiados primordialmente por instituições financeiras multilaterais.
A participação em concursos internacionais financiados por instituições multilaterais, por parte de cerca de metade das entidades representadas, concentrou-se geograficamente na África sub-sahariana e em projetos financiados pela União Europeia no quadro do H2020.
Note-se que o cluster nacional da água nacional representa cerca de 1/5 (um quinto) do número de contratos adjudicados por multilaterais a empresas portuguesas e 14% do valor total adjudicado no quinquénio 2011-2015 (com destaque para o Banco Mundial).