A Siemens e a Solarkiosk estão a conjugar esforços para levar energia limpa a zonas não eletrificadas da África rural. A partir de Portugal, com recurso a tecnologias como a analítica e a inteligência artificial, em ambiente cloud, vai ser feita a análise e correlação de dados de energia e vendas de produtos e serviços providenciados pela Solarkiosk às populações. Desta forma pretende-se aumentar a eficácia e optimizar a utilização dos recursos energéticos dos respectivos sites, bem como fazer a avaliação comparativa de performance entre sites equiparáveis.
Os solar kiosks, quiosques que produzem energia através do sol, são usados em zonas remotas e são fontes de produção de energia descentralizada, ou seja, não estão ligados à rede eléctrica. Até ao momento, e antes da parceria estabelecida com a Siemens, a Solarkiosk já implantou mais de 250 projetos em doze países, que disponibilizam energia elétrica a cerca de 5 milhões de pessoas.
O elemento central do sistema da Solarkiosk é o E-HUBB que é alimentado por energia solar e que torna qualquer vila rural energeticamente autónoma. Para além disso, disponibiliza diversos serviços às comunidades locais, como carregamento de telemóveis e baterias, iluminação pública, internet, refrigeração de produtos e medicamentos, purificação de água, copiar, imprimir ou digitalizar documentos, serviços de inclusão financeira, e a possibilidade de verem noticiários e programas de entretenimento.
Neste primeiro projeto conjunto, a Siemens implementará uma gateway de microrede para recolher e tratar os dados dos sistemas de energia da Solarkiosk e do comércio que é alimentado pela sua eletricidade. Ao definir estes padrões e perfis de consumo e a forma como se correlacionam, será possível identificar potenciais optimizações e ganhos de eficiência, bem como identificar novas oportunidades de receita que reforcem a cadeia e proposta de valor providenciada pela Solarkiosk.
Esta plataforma de microrede é assente em tecnologia MindSphere – o sistema operacional aberto da Siemens baseado na nuvem para a Internet das coisas, o que permitirá monitorizar o parque instalado (controlo remoto via cloud) e recolher dados relacionados com os consumos de energia – do quiosque em si, bem como dos serviços que disponibiliza. Esta parte do projeto será assegurada pelo Centro de Competência de microredes e armazenamento de energia que a Siemens tem em Portugal, que vê assim reconhecidas as suas competências e capacidades em análise de dados e inteligência artificial.
“Com as aplicações desenvolvidas pelo nosso Centro de Competência vamos ajudar a Solarkiosk a levar energia a cada vez mais pessoas, contribuindo para a inclusão social das populações e para o desenvolvimento económico das regiões abrangidas, nomeadamente no continente africano, onde mais de 600 milhões de pessoas ainda não têm acesso à energia” explica Fernando Silva, diretor da divisão Energy Management da Siemens Portugal.
Acrescenta: “Os dados recolhidos, depois de analisados, vão permitir tomar decisões ainda melhor fundamentadas e facilitar a monitorização e a gestão do já vasto parque instalado da Solarkiosk, tornando as suas operações ainda mais eficientes.”
Este projeto faz parte do investimento de cinco milhões de euros que a Siemens Portugal fará ao longo dos próximos dois anos no país para acelerar a digitalização, tendo as áreas da energia e da mobilidade como principal foco.