Setor da vinha, em Portugal, já pode monitorizar impacto das alterações climáticas
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a GeoDouro, a Associação para o Desenvolvimento Da Viticultura Duriense (ADVID) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveram uma infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) Temática para apoio à gestão das alterações climáticas na vinha.
A plataforma, concebida no âmbito do projeto INFRAVINI, está disponível online para a Região Demarcada do Douro, mas pretende ser ampliada a outras regiões, adianta o INESC TEC, numa nota.
As temperaturas mais altas, as vagas de calor associadas a ventos fortes, as chuvas intensas ou a seca afetam todos os anos a produtividade das videiras, sendo a adaptação às alterações climáticas um dos maiores desafios para o setor vitivinícola, quer numa perspetiva de dimensão temporal, quer espacial.
“Temporalmente, as estratégias e políticas de adaptação têm que lidar com impactos potenciais a curto e longo prazo e que, espacialmente, é fundamental decidir sobre as adaptações específicas baseadas em cada local”, refere Lino Oliveira, investigador do INESC TEC.
De acordo com o INESC TEC, a nova plataforma INFRAVINI permite contribuir para minimizar os custos e os riscos de produção, através de uma melhor gestão e monitorização do impacto das alterações climáticas na vinha. A infraestrutura desenvolvida adquire e disponibiliza dados geoespaciais relevantes sobre as alterações climáticas, inclui indicadores climáticos e agronómicos, permitindo o cruzamento e a normalização da informação sensorial local e climática previsional. A solução dispõe ainda de um observatório que monitoriza o impacto da variabilidade meteorológica, com integração de redes de sensores existentes na Região Demarcada do Douro, que foi escolhida como piloto para a instalação da IDE.
O INFRAVINI é um projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em co-promoção, financiado pelo Quadro Comunitário Portugal 2020.